Emerson Fittipaldi é o grande
desbravador no mundo do Automobilismo, o pioneiro de toda essa história. Duas
vezes campeão da Fórmula Um e uma vez da Fórmula Indy, também se sagrou campeão
em duas oportunidades das 500 Milhas de Indianápolis, que é considerada a mais
tradicional prova do mundo das corridas, em solo norte-americano. Nosso campeão
nasceu no ano de 1946 em São Paulo, entretanto atualmente é considerado cidadão
do mundo. O incrível é que sua carreira é precoce, porque aos 5 anos de idade
venceria uma corrida de bicicletas patrocinada pela Rádio Record. Depois,
“pilotando” um carro com rodas de madeira, subiria novamente no pódio. A
seguir, o próprio Emerson, incentivado pelo irmão Wilson, que também chegou a
participar do mundo das corridas, construiu “um carro de rolimã turbinado.”
Na adolescência correu de
motocicleta, para desgosto da mãe, que temia acidentes, mas foi ao atuar como
mecânico do próprio Wilson, que sua participação no mundo das corridas
tornar-se-ia permanente. Participou de dezenas de provas de Kart e aos 21 anos,
conquistou o campeonato brasileiro de Fórmula V. Aos 23, mudou-se para a
Inglaterra, visando consolidar carreira internacional e no ano de 1969, ingressaria
na Fórmula Ford. Graças a resultados espetaculares, acabaria chamando atenção
de Jim Russel, que o levaria para a Fórmula 3. Na direção de um Lotus F-3,
nosso super campeão conquistaria o título britânico da categoria e após um
rápido estágio na Fórmula 2, acabaria adentrando na Fórmula 1, quando já na
primeira temporada terminaria em 10º colocação.
No ano de 1972, aos 25 anos de
idade Emerson Fittipaldi conquistaria o título mundial, tornando-se o piloto
mais jovem até então. (Recentemente o espanhol Fernando Alonzo, depois o
britânico Lewis Hamilton e o alemão Sebastian Vettel quebrariam esse título.)
Em 1973, foi vice-campeão. Em 1974, então pilotando o McLaren vermelho e
branco, ganhou seu segundo título e novamente em 1975, seria o vice-campeão. No
ano seguinte, num arroubo, junto com o irmão e grande amigo Wilson, fundaria a
Coopersucar/Ford, uma equipe brasileira de competição. Depois de investir muito
esforço e dinheiro, ambos perceberam que não se sustentariam, então Emerson abandonou
as corridas no ano de 1980, felizmente por pouco tempo, porque acabaria
retornando 4 anos depois em Miami (USA), estreando na Fórmula Indy. Bem a seu
estilo, recuperou o brilho e assombrando a todos com suas manobras fantásticas,
no ano de 1989 ganharia o título mundial, incluindo a primeira vitória nas 500
Milhas de Indianápolis, pilotando na Equipe Patrick Racing. A 2º vez seria no
ano de 1993, a bordo de um Penske. Ano que seria vice campeão, feito que
repetira também em 1994.
Infelizmente no ano de 1996,
sofreu grave acidente, fraturando a sétima vértebra e decidiu afastar-se do
Automobilismo. Tinha 50 anos de idade e contabilizava 11 temporadas da Fórmula
Um e 13 temporadas, da Fórmula Indy. Contudo, nada de aposentadoria, Emerson
Fittipaldi ingressou no mundo corporativo e televisivo, investindo talento “em
várias frentes.” Virou garoto propaganda de grandes marcas e comentarista
esportivo de televisão, além de dar continuidade à produção de laranjas. No ano
de 2005, tornar-se-ia co-proprietário da equipe brasileira A1 Grand Prix, uma
nova categoria idealizada por um Xeque Árabe, considerada uma espécie de Copa
do Mundo do Automobilismo. Também participaria de diversos negócios nos Estados
Unidos da América, onde desfruta do posto de celebridade dos esportes.
Só pra você saber: é justamente
graças às façanhas e a coragem de Emerson Fittipaldi que hoje existe o Grande
Prêmio Brasil de Fórmula 1 no calendário oficial de eventos. E é graças a ele
também, que surgiriam em anos posteriores, outras grandes e admiráveis estrelas
como o destemido Nelson Piquet e o inesquecível Ayrton Senna!
Régis Mubarak