segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Independente do domingo passado...



              ...vou torcer para que sua mãe continue sentindo orgulho de você, por não ter xingado a mãe dos outros com palavras “explicitamente” aqui impublicáveis. Vou torcer para que após todas essas manifestações prós ou contra o governo atual, (e aquele outro que poderia ter sido mas não foi), você retomando a normalidade da segunda-feira, não tenha estacionado o carro na vaga onde se lê “pessoas especiais.” Nem tenha falsificado sua última declaração de imposto de renda, fingindo-se de cidadão honestíssimo só na frente da sogra. Ou ainda, não tenha passado uma cantada miseravelmente sem graça na caixa do supermercado: aquela bonitinha de piercing no nariz e cabelo arroxeado, cuja idade regula mais ou menos com da sua filha caçula, que aliás, estuda na mesma escola.
              Por que dar moral nos outros, gritar, esbravejar e “tirar selfies” a exaustão, principalmente em meio às manifestações de todo contexto, atualmente é a coisa mais “easy” and “crazy” meu camaradinha! Ser realmente um sujeito decente e plenamente ciente de seus direitos e deveres e de onde terminam os seus direitos e começam o dos outros é que são “os verdadeiros outros quinhentos” da nossa história e se Jesus voltasse na próxima semana, não se salvariam “eu e tu” e nem 10% de todo rebanho no pasto!
              Dito isso vamos a um bom e velho provérbio russo que fala: “Voltar atrás é melhor do que perder-se no caminho.” E antes da explicação lógica do porque esse provérbio entrou no meio da nossa conversa, vou extrair um parágrafo do meu texto intitulado “Para rir e para chorar” que escrevi em dezembro de 2008: (...) “...Momento A Turma do Chávez” ou nem dá para acreditar que isso é verdade verdadeira... Eis a história: No final do mês de novembro, Nicolas Sarkozy o presidente da França pode comemorar aliviado, uma pequena vitória na justiça, graças ao tribunal de recursos ter decidido, que a empresa que comercializava bonecos de vodu com a carinha do mandatário francês, deveria alertar seus consumidores que “espetar agulhas no dito... atenta contra a dignidade presidencial!” Gente não é o máximo!!! Um dos povos mais cultos, invejados e modernérrimos do planeta, acreditar que práticas ancestrais de magia, encantamento e no caso “espetamento,” trazem resultados comprovadamente (ou não) satisfatórios? É tri legal porque dissipa aquela sensação de inferioridade “da galinha preta” e “do sapo cururu,” em dia de campeonato.”
              O tempo passou Sarkozy não manda mais nada na França e acredito que nem na Carla Bruni, se é que foi o verdadeiro mandachuva tanto da França quanto da Bruni e os sugestivos bonequinhos de vodu, provavelmente continuam vendendo e tirando sarro com “a carinha” de outros políticos. E quanto a nós!?! Ah sim... como me referi ali em cima “nada de complexo de inferioridade da galinha preta ou do sapo cururu em dia de campeonato!!!” Mas não me julgue estar fazendo pilhéria de nenhuma dessas circunstâncias. Independente do domingo passado e de que lado você esteve (no grupo pró ou no grupo contra o governo), eu não mudei uma vírgula em combater o temerário processo de golpismo em marcha e só não vou citar dezenas de fontes disponíveis na internet em corroborar minha posição, por pura falta de espaço. Mas eis a tal explicação do provérbio russo, uma nova chance aos golpistas de se arrependerem dos seus atos!
              Contudo recorri ao caso do Sarkozy, por que naquela época foi um baita escarcéu. Mas precisamos respeitar a cultura de quem acredita que “espetamento de bonecos de vodu” realmente trazem resultados satisfatórios... e precisamos respeitar os pontos de vistas divergentes dos nossos. Entretanto o que realmente não cabe na minha paciência é acompanhar principalmente nas redes sociais, pessoas da nossa comunidade xingando-se mutuamente por qualquer assunto de qualquer magnitude, cheias de razão e empáfia, quando se sabe que na intimidade são tão desprezíveis e fazem tanta lambança (ou melhor c.g.d), que não vale a pena,“se fosse eficaz” nem encomendar de presente o tal “vuduzinho básico,” “uma galinha preta” e menos ainda “sacrificar um ou dois sapinhos cururus,” o que convenhamos também é... ecologicamente incorreto... Ôps!!!

Régis Mubarak