Já votei no FHC e me decepcionei
em partes. Já votei na Dilma e me decepcionei também em alguns quesitos. Anos
atrás fui às ruas de vermelho pra reclamar e ouvir reclamações, mas já fui às
ruas de verde e amarelo pra protestar e ouvir vaias do lado contrário. Já
defendi causas que depois se mostraram nem tão promissoras assim. Já defendi
gente que depois se mostrou traidora e roí as unhas de raiva. Em contrapartida
já fiz oposição a determinados cidadãos, cujas ideias eram discordantes das
minhas, que tempos adiante se mostraram sensatas e reconheci que a errada era
eu.
Se você na sexta-feira defendeu o
Governo Dilma, Parabéns!
Se você no domingo protestou
contra o Governo Dilma, Parabéns!
Chegamos até aqui e bem...
agradeça de coração ao FHC e sua equipe que criou o plano Real. Tirando a banda
podre do PSDB, existem pessoas tri bacanas que vestem a camisa do partido. Se o
Brasil obteve avanços gigantescos em áreas sociais agradeça ao LULA e sua
sucessora e membros de suas equipes que criaram Minha Casa Minha Vida. Tirando
a banda podre do PT existem pessoas tri bacanas que vestem a camisa do partido.
E existem pessoas maravilhosas no DEM, no PT, no PDT, no PC do B, no PSOL, no
PMDB, etc, etc, que se esfolam para mudar o que está ruim. E existem pessoas
ordinárias que só destroem, são os corruptos, os safados, os vermes. As
imundícias que são médicos e não prestam pra serem médicos. São advogados e não
prestam para serem advogados. São jornalistas, militares, professores, empresários,
artistas, políticos, operários, pais e mães de família e não prestam, denegrindo
a imagem de toda uma equipe, uma categoria, uma entidade, uma sociedade, um
clã, um grupo.
O radicalismo (ou o cinismo) de
Aécio Neves incitando o povo a derrubar a Presidente num golpe é a mesma medida
de mau caratismo do José Dirceu fingindo ser inocente de suas ações. Tipo assim
o Lobão que fugia da polícia agora virar formador de opinião e intelectual.
Tipo o Bolsonaro com seus ataques de racismo e homofobia não respeitando outros
seres humanos. Tipo... tipo... tipo... são esses tipos radicais e cínicos que
colocam tudo a perder em qualquer lugar do universo, ainda que sejam minoria.
Essas manifestações ambas
legítimas, foram lições de civilização e democracia, de liberdade de expressão,
do direito de movimentação, de pensamento. E vestir uma camiseta vermelha (pró
PT) ou azul (pró PSDB) ou amarela e verde (Pró Seleção Brasileira, mesmo depois
da Copa do Mundo) é o ápice! Mas agora me responda sem pestanejar se de hoje em
diante você não vai mais comprar produtos falsificados no Paraguai? Não vai baixar
filmes da internet sem pagar nada? Não vai jogar lixo na calçada? Não vai encher
de palavrões o senhor juiz nos jogos do timão? Não vai navegar em sites pornográficos
quando sua namorada estiver dormindo? Não vai fazer piadas infames de gordinhos
e loiras? Não vai sacanear seu colega tímido no escritório? Não vai copiar e
colar da Wikipédia os temas da escola? Não vai beber e dirigir depois das
festas? Não vai transar casualmente sem preservativo? Não vai invejar o carro
novo do seu vizinho? Não vai falar mal do seu cunhado que ganha mais que você?
Da sua prima que é mais bonita? Do seu cachorro caso ele seja mais inteligente!
Não se modificam velhos hábitos,
não se consertam grandes estragos, não se mudam os pensamentos, a consciência,
assim como não se encontra a luz (sim é Jesus) em qualquer esquina indo comprar
cacetinho!!! Tudo faz parte de um processo lento, gradual, democrático e
felizmente já estamos inseridos nele. As manifestações foram legítimas, assim
como o processo democrático nesse país, o que é totalmente oposto de incitar o
ódio, a balbúrdia, a infâmia, o caos e querer dar moral quando seu histórico
não é dos melhores. Verde, amarelo, vermelho e azul e todas as cores do
arco-íris contra os radicais, os vermes e as imundícias, que proliferam em
todos os partidos, os lugares e até em alguns cantos dentro de sua (nossa)
própria casa. Ah sim... e (sempre) mire-se cuidadosamente diante do espelho
antes de sair às ruas xingando a mãe dos outros...
Régis Mubarak