terça-feira, 24 de março de 2015

De se apaixonar todos os dias



              Um dos desejos que gostaria de compartilhar imensamente com vocês, seria o de iniciar esse artigo afirmando com total convicção e a plenos pulmões que os próximos dias serão mais felizes. Entretanto não é bem assim... Vai ser preciso muito amor ao Rio Grande, muito amor ao Brasil, muito amor próprio e espírito de equipe para levantar a autoestima, um tanto quanto esfolada, pra organizar as finanças, pra deixar de fazer lambanças, pra conquistar a própria confiança que está meio a pique.
              Não mudo nenhuma vírgula do que escrevi em textos anteriores e não se trata daqueles clichês manjados. “Oh pobre América Latina sempre espoliada.” “Oh pobre América do Sul sofrendo pressão do grande irmão (?!?) do norte capitalista.” “Oh pobre vida!” Não se trata de vitimização além da conta, é que existem dezenas de interesses ocultos pro detrás de algumas manifestações e pseudo-líderes, que escorados a uma parcela desleal da mídia do centro do país insistem em instalar o caos. Sim desleal, porque o papel do jornalismo sério é ser imparcial e jamais tendencioso, é ouvir todos os lados e jamais pender para um deles, é deixar o povo se manifestar sem forçar a barra no editoral de capa ou pior ainda: colocar mais lenha em qualquer tamanho de fogueira.
              Outro exemplo: uma das maiores ingenuidades (ou não?!?) dos últimos dias pedir intervenção militar, quando nem os militares estão interessados nisso. E antes que você “salte na frente com o dedo em riste apontando no meu nariz” já irei esclarecendo: tenho parentes militares na esfera estadual e federal e embora descontentes com os rumos de certas decisões governamentais, a democracia livre permanecerá livre e em pé.
              Mas como hoje é domingo posso me dar ao luxo de falar sobre paixão. Não aquela paixão meio maluca, possessiva que acaba por destruir relacionamentos bacanas, em que o sexo vira somente moeda de troca e de imposição de sentimentos. (Ah sim e pode esquecer o “tal filme e o tal livro cinza” porque se o tal Sr Grey fosse feio, andasse a pé ou bebesse cachaça, a Srta Anastásia não ia brincar de frango assado na maior algazarra, toda faceira, ia mesmo era chamar a Brigada toda escabelada e sem glamour nenhum!) Buenas... como ia dizendo hoje é domingo e posso me dar ao luxo de falar sobre paixão. Paixão de assistir os desenhos animados da Tinker Bell e depois dar de presente para meus sobrinhos encantadores, falando de amizade, solidariedade e respeito à natureza. Paixão de assistir aos documentários da National Geographic e viajar por todo planeta, pelo corpo e cérebro humano, pelo reino animal, pelas sendas do conhecimento, tomando ciência das pesquisas tecnológicas mais fascinantes. Paixão de ler uma revista onde encontro a última entrevista do Rodrigo Junqueira Reis Santoro. (E se eu disser que já vi todos os seus filmes desde “O Trapalhão e a luz azul” passando por “Bicho de Sete Cabeças” até chegar em “300” (etc) sendo mega fã!)
              São pessoas desse super quilate: desenhistas, ilustradores, roteiristas, escritores responsáveis por animações artísticas carregadas de magia iguais as aventuras da Tinker Bell, documentaristas, fotógrafos, pesquisadores, cientistas, matéria prima da National Geographic e atores do calibre (e esforço, porque a trajetória dele não foi molezinha) do Rodrigo Santoro que contribuem para se apaixonar todos os dias... de novo e de novo!
              Todavia não esqueci que o dólar está nas alturas, a Petrobrás achincalhada, o Sartori sem mostrar projetos, a Dilma sem fazer as reformas, as estradas estaduais e federais se desmanchando e literalmente babar em cima das fotografias do maravilhoso Rodrigo Santoro, não vai mudar o fato de que segunda-feira preciso saltar da cama antes das cinco e tenho problemas pessoais para resolver. Mas é preciso se apaixonar pelas coisas e pessoas, pela vida, ter objetivos sólidos e muita coragem porque tempestades são passageiras e o desejo de fazer o Brasil um país definitivamente decente é que não pode se arrefecer jamais!  Oh céus... Oh vida... E quanto aquele espécime (animal) mais que perfeito do Rodrigo Santoro? Sim eu seria sua escrava sexual sem pestanejar, por que até onde pesquisei (e olha que pesquisei bastante) ele não bebe cachaça!

Régis Mubarak