Não imagino em que circunstâncias
o Escritor Érico Veríssimo (1905-1975) proferiu essa sentença: “As pessoas
fogem da solidão quando tem medo dos seus próprios pensamentos.” Assim como seu
filho Luís Fernando Veríssimo, outro monstro sagrado da literatura nacional,
(adoro a conotação da palavra “monstro” nesse sentido e mesmo usufruir do
clichê irresistível “monstro sagrado da literatura,” senão obviamente não
estaria reproduzindo-os), fez a seguinte afirmação: “Às vezes estamos no meio
de centenas de pessoas e a solidão aperta nosso coração pela falta de uma única
pessoa.” E nem me atreveria a dissertar ou defender uma “monstruosa”
(desculpem, acho que estou assistindo demais ao seriado do Ben 10), tese
acadêmica sobre solidão. Na realidade já estava com outro artigo quase pronto e
meia-noite resolvi deletá-lo. (Vejam vocês, jovens aspirantes, que vida de
escritor no Brasil é para os fortes. Das terras selvagens do Salto Yucumã até a
Suécia em busca da consagração do prêmio Nobel, provavelmente se passarão uns
50 anos, e nesse período ainda precisarei arrumar “uma bokinha” (via sofrido concurso
público é claro) no Banco do Brasil, na CEF ou no Banrisul, pra garantir que as
contas jamais fiquem penduradas no final do mês, enfim... O que mesmo eu ia dizendo?
Ah sim... apaguei o artigo a meia-noite! Mas por qual motivo?)
A ideia inicial escrever sobre o
Maranhão e o domínio do Clã Sarney, fez-me deparar com toneladas de insanidades,
(Veja, Época, Isto é, Carta Capital, Folha, Portais de Notícias, Blogs
independentes, fiquem a vontade na escolha e boa leitura). Para fazer um artigo
com seriedade exigida, precisaria dividi-lo em partes. Já tinha escrito umas 90
linhas, quando me dei por conta. Reli com total imparcialidade e pensei,
caramba isso aqui que me induz a buscar semelhanças entre loucos e loucos pelo
poder , tipo déspotas Venezuelano, (Nicolás Maduro), Boliviano (Evo Morales),
Sírio (Bashar al-Assad), Cubano (Fídel Castro), Norte Coreano (King Jong Un),
Guinéu Equatoriano (Teodoro Obiang), Brasileiro (Collor) e fantasmas que ainda
vagam por aí: Idi Amim (Uganda), Muammar al-Gaddafi (Líbia) e Saddam Hussein
(Iraque), vou parar por aqui...
Aviltante, o quanto esse Clã tornou-se
nocivo, sendo o Estado do Maranhão detentor do maior índice de pobreza extrema,
a menor expectativa de vida ao nascer, 94% dos municípios não tem coleta de
esgoto, etc. Mas antes de você imaginar que estou tocada com fotografias
repassadas a exaustão pelas correntes da internet, quando da decapitação de
presos numa guerra de gangues no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, na
capital São Luiz, desculpe-me representantes dos direitos humanos, mas quanto a
isso deixarei de manifestar minha opinião detalhadamente para não colaborar na
corrente pra frente: “da violência que gera mais violência” já que concordo
plenamente com o dito popular: “bandido bom é bandido morto.” Ponto!
Sabemos que tem gente legal no
partido do qual “o ex-presidente Sarney é praticamente o dono,” assim como
pessoas honestas nas outras dezenas de partidos, que infelizmente também
dividem suas siglas com cafajestes, ordinários, safados etc. Eu não sei se
estou me fazendo entender, pode ser até que esteja equivocada, essa afirmação
soe ingênua. Acredito que poder e loucura sejam partes de um mesmo enredo. (Quanto
à solidão é sentimento mágico para pensamentos de quem deseja fazer o bem.
Também é um chamado do coração.) Entretanto quando governantes se eternizam no
poder, a loucura substitui a lucidez, a compaixão. A tragédia de a pequena Ana
Maria ter sido queimada viva no ônibus escancarou outras insanidades da Rainha
desse poderoso clã. A desintegração do seu reino. A loucura do poder. E um
Brasil que nos dá vergonha.