terça-feira, 5 de novembro de 2013

O limite do limite



              Já no primeiro parágrafo preciso me redimir, porque sempre fui péssima para contar ou repassar piadas, algo (aliás) que (se é que existe) a tal da inveja saudável, eu a compartilho nesse quesito. Uma piada bem contada (ou escrita) vale por uns dois dias de enfrentamento de desgostos. (Assistir ao show do Jair “Guri de Uruguaiana” Kobe então, vale por uma semana completa!) Vou tentar e você vai me perdoar caso não ache graça... lá vai... (...) “dizem que o Facebook matou o Orkut, aposentou o MSN, esfriou o Twitter e pelas fotos que eu vejo diariamente dessas meninas, bem logo vai falir a Revista Playboy!” (Eis que a graça talvez seja a mesma desgraça de adivinhar afinal de contas, pra onde esse mundo sem fronteira está indo, se seguir num ritmo desenfreado!)

              Sem falso moralismo, nada de pregação religiosa, nem irei me valer de frases filosóficas de efeito imediato, citar causos de acontecidos com amigos meus. (Mentira: vou citar o cantor Joca Martins outra vez no (...) “...é ai que me refiro,” porque há mais de mês não consigo tirar “esse ditado” bacana do meu cérebro.)

              Tenho Facebook, ferramenta útil ao meu trabalho e passo por lá muito menos do que deveria. Ou até, não tenho vergonha de reconhecer aqui: gostaria. Arma poderosa no mundo do marketing e da informação instantânea. Mas a piada ao qual me referi no início da nossa prosa é justamente o título do artigo: O limite do limite, porque minha convicção é de ele já está praticamente na linha de ultrapassagem. Algumas meninas, (e meninos também) que até semana passada curtiam seus brinquedos hoje curtem um milhão de coisas sem sentido. Se sou a favor do pai, da tia, da avó vasculhar vez por outra o tal do Facebook. Sim Senhor: e com urgência! Por acaso isso seria resquício da ditadura? Repressão às liberdades? Conspiração, etc e tal?  Não Senhor! Na-na-ni-na! E antes de você achar que estou exagerando faça a seguinte pergunta: Porque afinal de contas às fotos íntimas (closes ginecológicos eu classificaria) tiradas para se expor (perigosamente) provavelmente a outros de sua idade (?1?), é feita no banheiro ou no quarto? Obviamente para se esconder dos demais familiares e não sofrer reprimenda ou proibição. Com exceção do Justin Bieber que deve ter batido a cabeça, (sim, gosto das músicas dele) quando postou fotos pelado (estão no site do TMZ), tocando violão para assustar sua avó no dia de Ação de Graças em outubro de 2012 e da Lady Gaga, que se comporta como uma criatura meio lesada, (sim, também gosto dela como cantora), que em 2010 durante o Vídeo Music Awards compareceu vestindo uma roupa de carne, não encontro justificativas paliativas, para uma menina (ou menino) entupir seu álbum de fotos em poses escatológicas e se postar de sub-sub-celebridade! (E não me venha com desculpas que é privado. Nada, absolutamente nada na Internet é privado. E as senhas e criptografias só resistem ou demoram em ser quebradas, quando são feitas por seres super inteligentes extraterrenos... mas isso é outros quinhentos.)

              Não tenho filhos, mas se os tivesse independente do sexo ou da opção sexual me esforçaria ao máximo para saber o que estão fazendo quando conectados a rede, enquanto os visse como ursinhos pandas, cujo amadurecimento e o ciclo reprodutivo aliás deveriam demorar a acontecer. (Depois crescidos e com a vida toda para pensar e fazer sexo com quem bem entenderem assumisse as responsabilidades de ser gente grande!) Mas não dá pra ficar impassível: há um limite, um limite da exposição, do exagero, do ridículo, da imagem denegrida, da comercialização, da banalização da identidade visual intitulada corpo, e ele pode estar sendo quebrado por seu inocente ursinho panda nesse exato momento... diante do espelho. Salve-o enquanto há tempo!
 

Régis Mubarak *