quarta-feira, 5 de abril de 2017

Sol Nascente e Sauti Sol


              Desde que conheci Oishi e Akio num Fórum tri bacana sobre Ufologia, nos comunicamos no idioma espanhol e isso para mim fez toda diferença, por tratar-se do meu idioma nativo. Entretanto Oishi me surpreende positivamente com avanços significativos no aprendizado da língua portuguesa, enquanto eu o decepciono.
              Já carreguei meu tablet com PDFS de gramática japonesa, que permanecem abandonados em meio a dezenas de pastas arquivos. Assim como baixei outras obras, indo de romances a ficção científica para ler em trânsito, sem lograr o êxito almejado. Eis que o cheiro, a textura e o prazer de manusear as folhas de um livro, são indescritíveis e insubstituíveis. A satisfação de poder presentear “um livro vivo” a um (a) amigo (a) querido (a), me encanta por demais. No “dito tablete” somente apostilas especificas de saúde pública cuja leitura faço, cronometrando o tempo.
               Tentei programar meu cérebro para usufruir em sua plenitude, entretanto fracassei assustadoramente. Vejam só... logo eu, que à exaustão, sou pesquisadora (viciada) em tecnologia da informação, confessar não achar graça nenhuma na leitura de livros naquela tela reluzente e convenhamos, totalmente desprovida de sabor!!!
              O que me conforta é que Oishi e sua namorada, atualmente residindo em Hokkaido, comungam da mesma opinião. Comparativamente meus amigos da “Terra do Sol Nascente” estão literalmente imersos “numa outra galáxia,” por que o Japão está à frente anos luz (em todas as áreas de estudo), do meu adorado rincão...
              Sin embargo, reconhecer a obstinação, a persistência e a coragem do povo japonês frente as suas adversidades históricas é a repetição de coisas óbvias. A dedicação em fazer algo bem feito, até atingir a perfeição, chega a nos constranger.
              No feriado de carnaval em fevereiro último, escolhi belíssimas músicas do continente africano, que estavam no meu computador e lhe enviei em retribuição ao livro de John Allyn “47 Ronins,” que havia me mandado cópia em espanhol, porque houvera lhe contado minha fascinação por “47 Ronins”, antes de repassar o DVD ao meu irmão e Oishi ficara de certo modo feliz por meu entusiasmo infanto-juvenil, ao comentar determinadas cenas. Li num suspiro, no “dito tablete,” sofrendo... Pra quem não assistiu é um dos melhores filmes protagonizados por Keanu Reeves (...) “...Eu a procurarei em mil mundos e dez mil vidas até encontrá-la” – “Eu estarei esperando (por você) em todos eles!” E Hiroyuki Sanada, Tadanobu Asano, Rinko Kinkuchi...
              Eis que sábado passado ao abrir meus e-mails pessoais, me deparo com a tradução de algumas daquelas músicas que lhe havia remetido. Simples assim?!? Só que não!!! As canções eram em swahili, (também diz-se suaíli, suahíli ou Kiswahili), língua de matriz bantu, falada nas nações do Quênia, Somália, Burundi, Tânzania, Congo, Uganda, etc. (Se você pensou “Hakuna Matata” do desenho Rei Leão, acertou.)
              Faltou-me coragem de perguntar a Oishi se verteu diretamente para o japonês, depois para o inglês e por último ao idioma espanhol, ou que outros atalhos garantiram-lhe o intento e a imensa satisfação de me “reenviar cópias traduzidas”, aliás, num quase impecável (legítimo) espanhol. https://www.youtube.com/watch?v=rtNZK3PUme8
              Oishi e sua fofíssima Aiko, (que carinhosamente apelidei de Silvermist/azul marinho, da Tinker Bell), já abriram as portas de sua casa (e de seus corações), não apenas num curto período de férias, mas num intercâmbio acadêmico. Cada vez que penso nessa possibilidade “queda-me” uma sensação estranha, um receio de ir, “sentir-me conectada” e não ter vontade de retornar tão cedo! Principalmente depois que Oishi traduziu-me a música “Nerea” da banda Queniana Sauti Sol e ambos compartilhamos a sensação de voar por sobre os oceanos, de mãos dadas entrelaçando Brasil, África e Japão, “irmãos de sangue e cor” numa única e majestosa Nação chamada Terra!    

Régis Mubarak
Graduanda em Gestão Ambiental – UNOPAR. Especialista Técnica em Gestão Contábil – CNEC, Marketing – SENAC e Saúde Pública PMI/UNASUS
Pesquisadora AVA SARU em Exobiologia e Tecnologia da Informação
Escreve para Jornais Impressos na Região Sul e Portais de Notícias da Internet