terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Joga a sua mãe do trem



               ...pra sentir na (sua) pele a dor alheia. Ando passada com o nível de jornalistas que faculdades e universidades tem ultimamente despejado a campo. Sim, faculdades e universidades com letra minúscula, por que não dá pra considerar um profissional seja masculino, feminino ou de sexo indefinido, (a questão não é gênero e sim competência), entrevistando a mãe de criança recém diagnosticada com microcefalia perguntando na maior cara dura: “E como você se sente agora?” ou “E daqui por diante como vai ser?”
              Gente, o que essa mãezinha vai responder em cinco segundos, com a repórter enfiando o microfone nas suas fuças, se nem ela ainda conseguiu avaliar a verdadeira extensão do problema, que não envolve apenas o inocente que acabou de nascer, mas toda a estrutura familiar (ou a falta dela), que precisa ser revista apartir de então.
               E aquele tipo de correspondente internacional que inicia a reportagem com frases magnânimas do tipo: “As pessoas apavoradas não querem mais sair à rua.”  Ou “O Governo acredita que apartir de hoje o terrorismo vai tomar conta do mundo.”
              Gente, em tempo de guerra ou de paz, o planeta terra não deixa de completar sua rotação e translação. O tempo continua a marcar suas horas, minutos e segundos. E “aquele espantalho” utilizando-se de sensacionalismo extremista e deturpação de dados informativos, se esmera para que o negativismo avance vinte degraus acima em um só golpe. (E ah próposito: o terrorismo não vai tomar conta do mundo, nem de metade do mundo, nem de qualquer parte do mundo na-na-ni-na! Aliás precisamos rever a data do Juízo Final, porque segundo consta já mudaram a data de novo! Ops de novo?!?)
              E aquele tipo de profissional em qualquer meio de comunicação, rádio, jornal, televisão, revista ou internet que se esmera numa reportagem “tamanho GG,” ouvindo (e defendendo descaradamente) somente uma parte dos envolvidos na questão. E você lê e pensa que o outro elemento, que representa o lado B é o maluco, o doido, o infame, o coisa ruim... e quando vamos a fundo, tudo está maquiado, a vítima foi esmigalhada e o agressor é que ganhou espaço nessa mídia, numa torpeza sem precedentes.
              E se quisermos seguir listando exemplos, aliás, péssimos exemplos, vem à tona “aqueles feras” que assassinam sem dó à gramática e se acham o máximo. Ou se esmeram nas redes sociais se posicionando radicalmente contra algo: partido, time de futebol ou corrente religiosa e na vida real, flertam com o engodo e a propina, às vezes até, sendo “mais que amigos íntimos” de alguns cafajestes da máfia local.
              Existem excelentes Jornalistas. Excelentes Repórteres. Excelentes Redatores. Excelentes Relações Públicas. Excelentes Publicitários. Excelentes Assessores de Marketing. Profissionais que merecem medalha de ouro sempre ou quase sempre. Mas existem as porcarias que enganam, engambelam, mascaram a verdade, ludibriando o leitor desatento, o ouvinte ansioso, inclusive “os espertos” internautas no hiperespaço.
              Existem as porcarias que não sabem o quanto o jornalismo é uma profissão sagrada, especial, essencial e de utilidade pública. A mídia, o poder (sim o quarto poder) podem fazer a diferença e ajudar uma comunidade inteira a se fortalecer, a vencer barreiras que impedem o desenvolvimento irrestrito e em larga escala, podendo realizar milagres de proporções bíblicas! A-le-lu-i-a irmãos e não estou de brincadeira!
              Porque tive o prazer de participar dias atrás, de um fórum com tradução simultânea, onde jornalistas famosos de várias partes do planeta, já na casa dos 60 e poucos, relatavam suas experiências extraordinárias, quando ainda se usava máquina de datilografia e nem existia telefone celular. E os ouvi “chorosos” de como gostariam de iniciar suas carreiras nos dias atuais, com toda essa tecnologia a disposição. E aí eu pergunto: de que vale toda tecnologia do mundo, “se essas pragas hoje saem da escola quentinhas,” mas não prestam nem pra escrever míseros 144 caracteres ali no Twitter!?!

Régis Mubarak
Graduanda em Gestão Ambiental - UNOPAR E Marketing - SENAC.
Cronista em Jornais Impressos e Portais de Notícias do RS e SC.
Pesquisador AVA SARU em Exobiologia e Tecnologia da Informação.