quarta-feira, 15 de abril de 2015

Sobre um pedaço do caminho



              Se serve de alento, estímulo, incentivo ou de informação avulsa (útil ou inútil) fica a seu critério classificar. Ou não. Talvez eu escreva sobre um pedaço de mim ou sobre um pedaço do caminho. (Anexei uma montagem do meu logotipo junto ao mapa que leva a sempre fofíssima Derrubadas, amada terra natal, lá na divisa com a Argentina e uma foto (euzinha?!?) no estilo de sempre, vindo (e indo) para algum lugar com os olhos fixados num provável horizonte de eventos que se aproxima.)
              Desconectei-me da internet para num lampejo de criatividade infantil escrever esse texto de uma só vez, tipo páginas de um diário. A probabilidade de conseguir tal façanha é proporcional a atitudes radicais conjuntas: esconder o celular, desligar o rádio, chavear a porta, pular fora da internet e tentar não pensar em nada. Não no sentido de “cabeça oca,” mas (tentativas) por um curtíssimo período esquecer-se das dívidas, das tristezas, dos desapontamentos, dos abacaxis para descascar, das responsabilidades, da agenda e suas múltiplas atividades a cumprir, de infindáveis coisas e pessoas chatas que no decorrer da semana (in) justamente... vão inevitavelmente atravessar o meu caminho.
              E quando me referi à criatividade infantil e não infanto-juvenil é porque (nem vou procurar palavras de dicionário), os jovens de hoje (e também não vou encasquetar “memórias tais” de no meu tempo/naquele tempo/já faz tempo...) praticamente fazem mil coisas intercaladas e estão conectados 24 horas por dia e as crianças, ou pelo menos algumas que conheço ainda (eu disse ainda né), não estão tão sobrecarregadas de atividades escolares ou extraescolares e rolar na grama com o cachorro é o máximo!
              Se serve de alento, estímulo (vou repetir a sequência inicial), incentivo ou informação avulsa (útil ou inútil) fica a seu critério classificar que exercitar a criatividade é também um trabalho árduo, detalhista e quando não se pode dedicar-se a ela (dona imaginação) exclusivamente tornar-se um tanto quanto angustiante. Não que eu esteja choramingando ou passando por uma maldita fase de desânimo pleno, ao contrário queridos (as), quero compartilhar com vocês num longo e envolvente abraço o desejo de energias renovadas. Se você toca um instrumento musical, faz artesanato, desenha, escreve, compõe, pinta, borda ou é dançarino de chula ou aprendiz de tango! Precisa encaixar essa atividade que lhe dá enorme prazer nas horas de folga, nos finais de semana, nos feriados ou no meu caso excepcional ali pelas... 05 da matina!
              Não desista, não desanime, não esmoreça, não deixe de dedicar consideráveis partes do seu amor, da sua perspectiva, da sua esperança, porque esperança é a luz do sol estendendo a mão para você se levantar. Parece distante quando se está no chão. Se aproxima quando se ergue a cabeça. Abraça você se você seguir em frente. Mas só o tornará invencível se você não desistir de si mesmo. Nunca. Nunquinha...
            Semelhante ao amor incondicional, que é gostar tanto de alguém, que mesmo que seu coração pertença à outra pessoa, você continuará torcendo para que a felicidade
não deixe de existir... ainda que você não faça mais parte dela ou tipo o amor platônico, que é mais ou menos como você ser de outro planeta e gostar de uma pessoa sem que ela perceba sua existência ou até perceba, mas finja não perceber, no entanto você está ali bem pertinho. Ou às vezes, quando a felicidade se esconde da gente com o propósito de nos fazer refletir sobre o quanto somos imperfeitos e poderíamos ser melhores.
              Enfim... deu pra entender direitinho... É sobre um pedaço de mim ou sobre um pedaço do caminho... da jornada... da história... da continuação da história, da criação e recriação do universo, do meu, do seu, do nosso, de quem a gente quer que faça parte dele ou saia fora pra não incomodar mais! É sobre a vida que temos hoje e uma outra vida, que ainda queremos construir de preferência nessa encarnação... desde que em hipótese alguma, a gente não desista de si mesmo! 

Régis Mubarak