Tinha uma lista de assuntos para
abordar essa semana tão extensa quanto à pulguinhas de estimação detrás da
minha orelha. Sentei na frente do notebook tri entusiasmada e “ploc” se foi à
luz! Huuummm... (1º sinal), já passei por isso dezenas de vezes, então rolei a
cadeira pro lado, puxando o dicionário pra mais perto e empurrando a caneca de
café para mais longe e fui atrás “da gaveta mágica” onde guardo velas num
pacotinho e uma lanterna de acampamento. Feito! Estralei meus dedinhos e
suspirei. Vamos lá: concentração total em busca das palavras exatas pra iniciar
o 1º grande parágrafo. “Triiimmm...” o celular começa a tocar, (2º sinal) e
como não atender um amigo de longa data, ansioso em me contar que vai ser
papai, depois de extenuante tratamento de inseminação artificial? Como dizer
que estou “mega-atrasada” com meu texto e reportagens pra finalizar? “Aí, meu
querido... agora não posso te atender tá! Me liga no sábado depois das três que
poderemos falar por mais três horas, agora nem pensar!” (Na-na-ni-na: amigos de
verdade estão de plantão 24 horas pro que der e vier.)
Ok... meia hora de alegrias
compartilhadas depois e abraços fofos para toda a família, incluindo cachorro,
gato e papagaio, a bateria do note descarregando sem dó, não me encorajei na
verificação de que os ponteiros do relógio já passavam das 23. Aiiii que
fome... e agora? Barrinha de cereal? Gelatina de abacaxi? Copo de leite
desnatado? Pão de centeio sem manteiga? Gente que é isso, tão me confundindo
com a Carol (divina) Trentini? (A Lombriguinha meliante que está presa na minha
barriguinha me induz a novo assalto a geladeira. Alguma dúvida?
Chocolate/Chocolate/Chocolate!)
Retorno satisfeita, coloco o
celular no silencioso, apago a vela, guardo a lanterna, engato a tomada na
parede, visto que a luz acaba de retornar e fecho a janela. “Cabrum!” Um baita
estrondo que faz as paredes da casa vibrarem (3º sinal) me dá um susto. Subo a
escada correndo em direção ao oeste, mirando por outra janela superior à dita
tormenta se aproximando. Novos cabruns... o vento assovia e atocaia minhas
pulguinhas (agora nem tão faceiras assim) atrás da orelha. Calculo mentalmente
quanto me restaria de bateria caso a luz findasse novamente e quase me desanimo.
(Eu disse quase!) Raciocino definitivamente desprovida de paixões, algo meio
Spock, (pra quem não sabe o Alienígena Volcano de Jornada das Estrelas),
teleguiada pela lógica de que foram três sinais distintos, o que significa
mudar prioridades. Fecho a outra janela, pego mais uma barrinha de chokito na
geladeira, retorno pro meu escritório e tiro a tomada da parede. Ainda dá pra
navegar ou ler e responder e-mails, dar oi pra algum adicionado nas redes
sociais ou confirmar se a previsão do tempo (Raios duplos Mutley!) continuará
encharcando e desfazendo meus planos pro resto dessa semana...
Entonces nos próximos minutos,
que não são tantos assim, leio matéria cretina num Portal de Notícias do centro
do País, afirmando que Melissa Gurgel, a nova Miss Brasil, vem sofrendo o tal bullying
nas redes sociais (ou antissociais), por conta do seu forte sotaque
regionalizado, já que a gatinha (20 anos), representa a cultura e o Estado
Cearense. Me lembro que sábado passado, assisti na BAND um pedaço da transmissão
do Miss Brasil 2014, não e tão somente porque conheço a representante do Rio
Grande do Sul, Marina Helms, mas pela torcida de como seria mega maravilhoso nossa
gauchinha retornar a São Lourenço do Sul triunfante e radiosamente feliz.
Felicíssima tal qual a Melissa, escolhida
segundo regras do certame “a mulher mais bonita do Brasil,” está se sentindo
nesse momento, salvo é claro, se desperdiçar seu tempo dando relevância a um
bando de “ogros” invejosos, que a propósito, nos diz a Wikipédia, são criaturas
que possuem cérebro reduzido, atitudes insensatas, falta de discernimento e
(dã!) se alimentam de carne humana. E se traduzido do latim: “Orcus” significa
divindade infernal ou se, do alemão antigo: “Ögr” significa (óbvio) feioso!!!Régis Mubarak