...ou se sentindo confuso,
desamparado, “meio que jogado as traças,” oprimido ou com uma dose extra de mau
humor transbordante. Não leia além dessas duas linhas, porque hoje sou eu quem
está se sentindo um legítimo cão sem dono! Basicamente faltando um mês para as
eleições (aliás, menos de mês) a sensação de vazio não para de crescer. No
emaranhado de fios e teias, eu sei que existem homens e mulheres bacanas que
merecem apoio quase (eu disse quase) incondicional, aspirantes (ou nem tanto) entusiasmados
em sentar nas cadeiras da assembleia legislativa, congresso nacional e senado
federal. (Sim, escrevi com letras minúsculas, tamanha insatisfação que persiste
em me deixar pra baixo.) Entretanto nos quesitos governo do estado (no caso
aqui no RS) e palácio presidencial é um caso (ou ocaso) arrebatador de trocar
seis por meia dúzia. E por mais que eu tente encontrar alternativa viável,
confortadora, revigorante, um ranço constante se gruda no meu cérebro, me induzindo
a possibilidade de votar em branco. A mais pura verdade: tenho sido acometida
várias vezes ao dia por zumbidos possessivos ou vozes do além (?1?), (ainda não
consegui identificar com exatidão...) incutindo-me desejos desenfreados de até
anular de vez meu voto... Atitude que em hipótese alguma, já vou adiantando, tornar-se-á
opção viável e sim de antemão, classifico-a como descartável... Então peço
desculpas pela ênfase exagerada. Enfim...
Não vou fazer preleção sobre este
ou aquele sujeito deste ou daquele outro partido. Não vou citar dados
estatísticos, menos ainda deixar links para que você siga e persiga, buscando
clarear seus pensamentos. Não acrescentarei frases de efeito, menos ainda os
defeitos deste ou daquele indivíduo. Não vou me fingir de zonza e no final do
texto, elogiar “o amigo do amigo do amigo do meu melhor amigo,” que já me
convidou no Facebook para curtir sua página e obviamente solicitou passar o
convite pra você também e sua penca de adicionados, incluindo amigos e inimigos
lá do Face!!!
Para evitar quaisquer resquícios
de contradição, avisei no primeiro parágrafo para que se no caso, seu estado de
espírito estivesse em estágio crescente de colecionar mágoas e desgostos,
desapontamentos de toda ordem não seguisse adiante... Amo minha cidade de
origem, lá na divisa com a Argentina, amo a cidade onde resido, na região
noroeste, sou completamente apaixonada pelo meu estado sulista Rio Grande do
Sul e tenho orgulho de ser brasileiro (a), entretanto por mais que me esforce
(fiz trabalho minucioso de análise, leituras, inclusive assistindo
integralmente aos vários debates televisivos), não consegui acreditar na
felicidade plena, que incluísse “milagres do tipo” controle da inflação, cadeia
imediata aos corruptos de toda cepa, investimentos maciços em saúde, segurança
e educação... a tão esperada reforma política... e blá... blá... blá...
Não perdi a esperança na
humanidade, no próximo e bem próximo de mim e em mim mesmo. Nem engrossarei o
grupo da quebradeira. Não picharei o muro da casa do vizinho, da Agência dos
Correios ou riscarei o carro do Gerente do meu Banco, que aliás é um docinho! Não
incentivarei ninguém a fazer bobagem. Apenas reparto um pouco do meu coração
esmigalhado (é sério), um pouco do meu desassossego, da minha angústia
existencial, do desapego aos discursos com floreios, engodos e trilhões de
promessas que não serão cumpridas. Não perdi a esperança na minha comunidade,
na minha cidade, no meu estado e no meu país, nem no planeta inteiro! É que
todos, indubitavelmente todos nós, temos certos dias cinzentos. Hoje, ontem e
antes de ontem, acordei assim, coçando minhas pulgas e tentando decidir qual
dessas opções (f.d.p!?!) é a menos ruim, menos nociva, menos destrutiva. Qual
dessas criatura passará incólume, não aparecendo enredada em escândalos
vexatórios de proporções definitivamente apocalípticas. Não sangrará os cofres
públicos, nem fingirá não saber de nada o que se passa bem debaixo do seu
nariz! Desculpem minha fase melancólica de cão sem dono!!!