quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Descobri que sou uma pessoa preconceituosa...



              ...e então inevitavelmente acabarei ficando fora da seleção dos dignatários ao paraíso divino depois que bater as botas ou antes disso, caso o dia do juízo final seja antecipado e a separação do joio do trigo se suceda algo próximo a Copa de 2022 no Catar. Falando francamente já desconfiava de mim mesmo e nem cheguei a ficar arrasada. Um pouco decepcionada sem sombra de dúvidas, por que parte do esforço hercúleo em me tornar uma pessoa melhor, desprovida de rancores, disposta a perdoar cada cretino que te sacaneia, e blá... blá... blá... não está naquele estágio avançado de mirar no espelho me achando o orgulho da vovó, que era de fato meu objetivo imediato!
              Buenas... hoje vou abrir meu coração... mas antes quero partilhar trechos de uma reportagem ultra bacana intitulada: “A tecnologia do otimismo” (Revista Veja/03 de outubro/2012) com o Robert (Bob) Iger, Presidente da Companhia Disney de Entretenimento, quando afirmava que gostaria de estar iniciando a sua mega bem sucedida carreira de CEO (tradução: Big Boss, Poderoso Chefão, O Cara), nos dias de hoje. (A velha história de voltar no tempo e poder consertar estragos tomando outros atalhos para se chegar ao mesmo caminho de sucesso.) Enfim, você entendeu, então pularemos essa parte indo direto para a síntese. O sujeito comprou o estúdio de animação Pixar, criado pelo gênio Steve Jobs (1955-2011), incrementou a venda de filmes e seriados, fez trilhões de investimentos em múltiplas áreas e dá as ordens (assessorado obviamente por grupos de expertises do mesmo quilate), nas Redes ABC, ESPN, estúdios MARVEL, parques da DISNEY e outro milhão de coisitas, mas ainda assim fazendo análise equilibrada, assume seus erros e defeitos, como se fosse o mais comum dos mortais e seu emprego fosse algo trivial e não de tamanha magnitude...
              Você deve estar se perguntando onde afinal de contas à trajetória do Presidente da Disney e o fato de eu me descobrir uma criatura preconceituosa se entrelaçam? Calma já explico... Acontece que olhando para fotografia do Robert (Bob) Iger, cabelos grisalhos, rugas imperceptíveis, a postura autoconfiante e desafiadora de quem encara os problemas de frente, fiquei pensando na proporção matemática que faz com que os seres humanos se sintam atraídos por outros de sua espécie. (Evitando maiores decepções nem fui atrás de informações distorcidas por inimigos na web, pra não encontrar coisas aterradoras do tipo casou 7 vezes, espancou as mulheres, abandonou 4 filhos na adolescência, experimentou drogas, teve mais experiências sexuais alternativas que a Angelina Jolie (marcas essas difíceis de serem quebradas), congelando minha visão naquela fotografia sedutora das páginas amarelas da Veja, que tanto me fascinou.)
              Continuei divagando nas semanas seguintes como seria trabalhar na Disney, mas especificamente sendo o grande Manda Chuvas do pedaço. Ou a namorada dele. Ou sua filha, podendo ter acesso a qualquer parque sem pagar ingresso! Qual a sensação de receber o Mickey e Minie para o jantar? Ou trocar dicas preciosas de como tornar o mundo mais colorido com ajuda do Peter Pan? Brincadeirinha... Brincadeirinha...
              Só que ontem acabei topando com fotografias do Presidente eleito da CBF Marco Polo Del Nero no alto dos seus 73 anos bem vividos e sua namorada Katherine Fontenelle, de 23 anos, repórter na Federação Paulista em viagem romântica e fiquei de queixo caído achando o fim da picada os 50 anos que são a exata diferença de idade do casal. Quanto preconceito da minha parte, não? Isso é o amor, paixão, tesão!  Por favor delete a palavra cartão de crédito ilimitado dos seus pensamentos, pelo amor de Deus, tenha paciência! Estou me sentindo envergonhada. Logo eu que acredito na Tinker Bell, no ET de Varginha, no monstro do Lago Ness. Logo eu que se me senti atraída por (só) uma foto do Robert Iger. É por isso que no dia do Juizo Final mereço ser castigada: por não acreditar na existência do amor verdadeiro entre dois seres tão... tão... tão distintos!
Régis Mubarak