...e então inevitavelmente
acabarei ficando fora da seleção dos dignatários ao paraíso divino depois que
bater as botas ou antes disso, caso o dia do juízo final seja antecipado e a
separação do joio do trigo se suceda algo próximo a Copa de 2022 no Catar.
Falando francamente já desconfiava de mim mesmo e nem cheguei a ficar arrasada.
Um pouco decepcionada sem sombra de dúvidas, por que parte do esforço hercúleo em
me tornar uma pessoa melhor, desprovida de rancores, disposta a perdoar cada
cretino que te sacaneia, e blá... blá... blá... não está naquele estágio
avançado de mirar no espelho me achando o orgulho da vovó, que era de fato meu
objetivo imediato!
Buenas... hoje vou abrir meu
coração... mas antes quero partilhar trechos de uma reportagem ultra bacana intitulada:
“A tecnologia do otimismo” (Revista Veja/03 de outubro/2012) com o Robert (Bob)
Iger, Presidente da Companhia Disney de Entretenimento, quando afirmava que
gostaria de estar iniciando a sua mega bem sucedida carreira de CEO (tradução:
Big Boss, Poderoso Chefão, O Cara), nos dias de hoje. (A velha história de
voltar no tempo e poder consertar estragos tomando outros atalhos para se
chegar ao mesmo caminho de sucesso.) Enfim, você entendeu, então pularemos essa
parte indo direto para a síntese. O sujeito comprou o estúdio de animação
Pixar, criado pelo gênio Steve Jobs (1955-2011), incrementou a venda de filmes
e seriados, fez trilhões de investimentos em múltiplas áreas e dá as ordens (assessorado
obviamente por grupos de expertises do mesmo quilate), nas Redes ABC, ESPN,
estúdios MARVEL, parques da DISNEY e outro milhão de coisitas, mas ainda assim
fazendo análise equilibrada, assume seus erros e defeitos, como se fosse o mais
comum dos mortais e seu emprego fosse algo trivial e não de tamanha
magnitude...
Você deve estar se perguntando
onde afinal de contas à trajetória do Presidente da Disney e o fato de eu me
descobrir uma criatura preconceituosa se entrelaçam? Calma já explico...
Acontece que olhando para fotografia do Robert (Bob) Iger, cabelos grisalhos, rugas
imperceptíveis, a postura autoconfiante e desafiadora de quem encara os
problemas de frente, fiquei pensando na proporção matemática que faz com que os
seres humanos se sintam atraídos por outros de sua espécie. (Evitando maiores
decepções nem fui atrás de informações distorcidas por inimigos na web, pra não
encontrar coisas aterradoras do tipo casou 7 vezes, espancou as mulheres,
abandonou 4 filhos na adolescência, experimentou drogas, teve mais experiências
sexuais alternativas que a Angelina Jolie (marcas essas difíceis de serem
quebradas), congelando minha visão naquela fotografia sedutora das páginas
amarelas da Veja, que tanto me fascinou.)
Continuei divagando nas semanas
seguintes como seria trabalhar na Disney, mas especificamente sendo o grande
Manda Chuvas do pedaço. Ou a namorada dele. Ou sua filha, podendo ter acesso a
qualquer parque sem pagar ingresso! Qual a sensação de receber o Mickey e Minie
para o jantar? Ou trocar dicas preciosas de como tornar o mundo mais colorido
com ajuda do Peter Pan? Brincadeirinha... Brincadeirinha...
Só que ontem acabei
topando com fotografias do Presidente eleito da CBF Marco Polo Del Nero no alto
dos seus 73 anos bem vividos e sua namorada Katherine Fontenelle, de 23 anos,
repórter na Federação Paulista em viagem romântica e fiquei de queixo caído
achando o fim da picada os 50 anos que são a exata diferença de idade do casal.
Quanto preconceito da minha parte, não? Isso é o amor, paixão, tesão! Por favor delete a palavra cartão de crédito
ilimitado dos seus pensamentos, pelo amor de Deus, tenha paciência! Estou me
sentindo envergonhada. Logo eu que acredito na Tinker Bell, no ET de Varginha,
no monstro do Lago Ness. Logo eu que se me senti atraída por (só) uma foto do
Robert Iger. É por isso que no dia do Juizo Final mereço ser castigada: por não
acreditar na existência do amor verdadeiro entre dois seres tão... tão... tão distintos!
Régis Mubarak