Talvez seja também o mais difícil
da sua existência. O mais doloroso. Interminavelmente escuro. E triste. Muito
triste. Ou talvez seja o mais bacana de todos. O mais incrível. Uma luz que abraça,
aquece e fortalece e uma felicidade que te faz flutuar. Ou quem sabe seja um
dia complicado. Estressante. Sufocante. Angustiante, mas que ainda assim te
revigora por dentro, te desafiando a ir em frente sempre...
Então pra começar... sejamos
todos indistintamente bem vindos ao mês de março! E compilando de um texto que
escrevi há muito, muito tempo atrás intitulado “Anonimamente contente” transcrevo meus pensamentos nesse exato
instante: (...) “...E no carnaval para quem cedeu (e se deu bem) uhu galera! Se
você participou de algum tipo de programação em acampamento ou encontro de
cunho religioso, uhu para você também! Se simplesmente dormiu, colocou a
leitura em dia, assistiu filmes ou fez pequenos consertos no lar doce lar,
“todo mundo lá em casa agradece.” Se foi pescar com alguns amigos, (de caniço e
anzol bem entendido) beleza! (...) Poderíamos incluir na lista, namorou? Comeu
chocolate? Rolou na grama com seus cachorros? Ficou estudando pra um concurso?
Andou de bicicleta? Curtiu os filhotes? Foi visitar um colega de faculdade? Um
parente distante? (Pausa.) Colocou as ideias (e anotações da agenda) em dia,
com o propósito de “focar” (termo em voga nos seminários organizacionais),
objetivos a curto prazo? Tudo bem meu bem... A questão é que nesse breve período
chamado Carnaval, que enlouquece o Brasil de norte a sul, você tenha feito
parte do contingente de milhões de anônimos contentes.” (...)
Mas afinal, você deve estar se
perguntando qual o dia (e porque obviamente) seria o mais importante de todos? Calminha...
antes de fornecer minha explicação a essa questão, peço gentilmente que você saboreie
a maravilhosa poesia do genial Vilmar José Matter, cujo título é Motivos e que nesse contexto (e texto) faz
todo o sentido:
Fogem ventos
em direção de alternativas,
ciladas ou silêncios.
Recuperam-se fôlegos, fogos e
castelos.
O sonho ainda pode ser um
pontapé.
Partamos, há tempo!
Pois o dia mais importante de
todos “mon ami” é aquele em que descobrimos quem realmente somos e o que nos torna
tão especiais, tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais como espécie humana.
O dia em que se “recuperam-se fôlegos,
fogos e castelos.” Um momento único da nossa existência que decidimos
mudar, refazer, re construir, re escrever nossa história. Um momento (repleto
de felicidades ou encharcado de tristezas) que nos impulsiona a partir, movendo
céus e terras, escalar montanhas, enfrentar dragões que cospem fogo e
principalmente enfrentar todos os nossos inimigos, há começar pelos nossos mais
profundos medos e traumas enraizados dentro do coração. O dia mais importante
de todos é o dia em que você se aceita como realmente é com suas imperfeições e
virtudes, cicatrizes e atitudes, indecisões e desejos secretos. Doses maciças
de raiva e gotinhas flutuantes de perdão. Pode ser hoje, amanhã ou na próxima
quarta-feira. É o dia que você olha no espelho e enxerga o reflexo da sua alma,
indicando um novo caminho a seguir e um mundo novo a descobrir. Pode ser o dia
mais difícil da sua existência dependendo do tamanho da sua coragem... mas é o
tamanho dessa coragem que vai te impulsionar para seguir em frente... hoje,
amanhã e sempre!
Régis Mubarak