quarta-feira, 26 de março de 2014

Múltiplas e infinitas possibilidades



              É verdade que existem trilhões de coisas que parecem “a 1º vista” impossíveis. De acontecer. De acreditar. De realizar. De consertar. De modificar. De definitivamente encontrar respostas ou soluções, que talvez estejam bem debaixo do nosso nariz, mas permanecem invisíveis. Recebo mensagens toda semana de pessoas que não conheço e foram me adicionando as suas listas, porque leram o que escrevi aqui e em outros periódicos, das regiões Noroeste, Missões, Alto Uruguai, Fronteira Oeste, Central, Planalto Médio, etc. Ou nos Portais do RS e SC que colaboro semanalmente. Elogios. Críticas. Sugestões. Como não poderei nominar a todos e menos ainda destacar uns em detrimento de outros, gostaria de aproveitar esse espaço e agradecer carinhosamente em forma de um beijo gigante de chocolate.  E pedir desculpas pelo tempo que demoro em responder os e-mails. Por todas as vezes que estou no Facebook e finjo não ver os toques desses adicionados, querendo jogar conversa fora e eu ali atolada em compromissos diários. (Aliás, acredito que tal como faço, outros também procedem dessa maneira: quando gosto de uma crônica de “outro colega-colaborador,” escaneio no computador e ela segue “numa corrente pra frente” cobrindo todos os territórios da Patagônia ao Alaska.) Já me perguntaram se escrever é um tipo de talento, com certeza, talvez um dom. Mas sem a leitura, pesquisa, troca de informações, intercâmbio de ideias, ouvir o que as pessoas tem para nos contar, aceitar pontos de vistas divergentes, redigir 10 vezes se for preciso o texto, até deixá-lo brilhante, não se atinge o objetivo principal que é o coração das pessoas. Escrever exige responsabilidade acima de tudo, jamais exibicionismo... nem arrogância.
              Infelizmente ainda, (ainda!) não sou Escritora em tempo integral. Desempenho outra atividade profissional. Confesso que quando decidi que iria “me transformar em Escritora,” certos dias estafantes pensei que não conseguiria sobreviver aos percalços e as pedras (Carlos Drummond) do meio do caminho. Ah... Não se nasce predestinado a sê-lo! (Mas... desculpando os devaneios, não pretendo escrever a autobiografia hoje... deixarei “tantas emoções do Roberto Carlos” para novas oportunidades.) Tal como as carreiras artísticas: Pintores, Atores, Escultores, Músicos e as não artísticas: Biólogos, Professores, Engenheiros, (etc), nunca se deixará de estudar, se aperfeiçoar, desvendar todas as possibilidades da criação e no nosso caso, (os Escritores) da imaginação. Não existe uma áurea de mistério ou sedução envolvendo nossas cabeças. Nem fomos abençoados entre os bilhões de habitantes do planeta terra, com um sinal de distinção onde se lê: “os melhores entre os seus pares.” Acredito que a única diferença entre mim e você, que está lendo essas linhas agora e não seja artista (no caso um Escritor ou Aspirante a Literatura), é que para nós (nosso grupo se assim soa melhor/eu prefiro a palavra tribo) é que todas as coisas que parecem impossíveis a 1º vista tornam-se concretizáveis sob a influência de um segundo ou terceiro olhar.
              Os Escritores (tal os Inventores e os Cientistas) são pessoas que transitam em tempo real (ou através de sonhos lúcidos) no presente, passado e futuro numa única situação de múltiplas e infinitas possibilidades. Mas se eu não puder transmitir a vocês que a essência dessa criação, está dentro de cada um de nós, “uma chama que precisa manter-se acessa,” esse dom que recebi não terá utilidade nenhuma. O poder da comunicação que possuo, em forma de talento é apenas a janela cheia de luz, naqueles dias de completa escuridão. Uma linda canção de amor naqueles momentos de solidão. Uma das muitas maneiras de provar, que a esperança é a própria continuidade da existência humana em meio ao caos. 

Régis Mubarak