sábado, 31 de agosto de 2013

Dias insanos antes daqui...


              Escrevo este texto basicamente com o notebook pendurado no canto de um velho e confortável sofá, num espaço carinhoso dividido com dois perros maravilhosos. De um lado minha mochila carregada de livros, jornais e “papéis ultrassecretos.” Do outro, dois amigos jornalistas de séculos atrás, do tempo da minha pré-escola, hoje residentes na capital gaúcha, fontes preciosas na troca de um milhão de informações, que nos assessoram dia e noite, visando conquistar alguns projetos que contribuirão para a região noroeste dar um salto qualitativo rumo ao seu definitivo desenvolvimento.

              Escrevo este texto dividindo “pedaços de pizza de atum amanhecida,” relembrando momento da pré-história quando a Internet ainda estava por ser inventada e nós três sonhávamos casar, (com seus respectivos namoradinhos (as) de infância) e ter 5 filhos cada um! Entretanto nem tudo são reminiscências de um gosto bom de café quentinho e abraços fofos... Temos vividos dias insanos antes daqui. Dias difíceis, porque perdemos num curto espaço de tempo, parentes e amigos em trágicas circunstâncias. Porque numa infeliz coincidência nos divorciamos dos nossos respectivos “príncipes e princesas (des)encantados(as)” apesar de continuarmos a amá-los loucamente. Porque descobrimos outros amigos(as) queridos(as) de infância que admirávamos tanto, atualmente envolvidos em falcatruas desabonadoras até para os mais pérfidos integrantes da Máfia Napolitana. Um choque para a alma!

              Mas por hoje preciso pedir desculpas a todos vocês, os que leem meus textos aqui e em dezenas de outros Jornais Impressos e Portais na Internet. Pedir desculpas do fundo do coração e para isso preciso escrever essas poucas linhas intimistas justificando o motivo de estar tão ausente. Oscilações e tempestades. Chuvas de granizo e dias horripilantes. Para aqueles que me conhecem pessoalmente ou convivem comigo nada parecerá cifrado, mas para os outros de lugares distantes, apenas digo-lhes: há momentos na vida e em determinadas situações que para manter a sanidade é preciso recorrer a longos períodos de meditação. Solidão. Oração. E de certo modo rever toda a nossa vida e quem dela fez ou continuará a fazer parte... Sem ser piegas ou usar clichês, aliás, para não me alongar demais no meu retorno, quero compartilhar um “Conselho Chinês” que diz o seguinte: (...) Há apenas duas coisas com que você deve se preocupar: se você está bem ou se está doente. Se você está bem, não há nada com que se preocupar. Se você está doente, há duas coisas com que se preocupar: se você vai se curar ou se vai morrer. Se você vai se curar, não há nada com que se preocupar. Se você morrer, há duas coisas com que se preocupar: se você vai para o céu ou para o inferno. Se você vai para o céu, não há nada com que se preocupar. Agora, se você vai para o inferno, estará tão ocupado em cumprimentar velhos amigos que nem terá tempo de se preocupar. Então para que se preocupar?”

              Ah sim... e porque escolhi a foto “da Lilo e do Stitch” para me representar fielmente daqui em diante? Por que finalmente “os dias insanos” ficaram para trás...

Régis Mubarak