domingo, 30 de junho de 2013

Nós, Os Brasileiros



              Serei breve. Breve o suficiente para externar minha opinião, respeitando a sua, não sobrecarregando seus ombros, enchendo seus ouvidos, poluindo sua mente com inverdades, insultos, ideias estapafúrdias, teorias esdrúxulas, ocupando muito espaço, desse espaço e do seu. Do seu tempo, seus dias, sua vida. Sua existência que é fundamental! A palavra chave é “nós”. Nós e um dia depois de amanhã. Nós e o que faremos quando toda poeira baixar, os protestos cessarem, as ruas voltarem a ser mais ou menos o que eram antes. Ou quase... Porque nada vai voltar a ser como antes.
              Tive o prazer de participar de manifestações em cidades distintas. Na capital pacificamente até descambar para o caos, (que aliás é o sonho de todo vândalo: denegrir a imagem pública de um povo ordeiro), numa simpática cidade vizinha, onde vários líderes políticos mostraram sua cara e caminharam irmanados. Na minha própria cidade, onde as autoridades locais sumiram, fugiram e ninguém soube precisar pra onde... A história sendo escrita e registrada (por representantes de todas as gerações) de “on line” e “tuitadas virtuais” “curtidas” e “compartilhadas” para “Vem pra rua você também!” “Acorda Brasil!” “Verás que um filho teu não foge a luta!” E essa originária dos Professores do Paraná que é simplesmente o ápice da nossa conversa: “Sou Professor, ganho pouco e mesmo assim sigo feliz. Pois minhas mãos estão sujas apenas de giz!”
              Exultantemente feliz uma voz interior me diz para não descartar a prudência e o exame de consciência. Toda espécie de abutres e “malfeitores” aproveitam-se para virar o país de cabeça para baixo, incitando a violência. Não sejamos ingênuos de acreditar que não há conspirações para acabar “com a nossa raça” (ou melhor nosso caldeirão de misturas étnicas), entre a tal Copa das Confederações e a tal Copa do Mundo, período em que o Brasil será o País de maior evidência em todo mapa mundi, não somente por causa dessas competições, mas por que jamais houve época midiática tão propícia para demonstrarmos nossas insatisfações aos olhos do planeta contra trilhões de motivos: do Pastor Feliciano ao Eike Batista, do Galvão Bueno aos Médicos importados de Cuba, do salário mínimo ao preço do tênis Adidas, da Educação, Saúde e Segurança negligenciadas a Internet de “qualquer G” que não oferece qualidade “m...” nenhuma. Trilhões de motivos liderados obviamente pela famosa corrupção endêmica!
              Não somos um povo resignado, nem revoltado, marginalizado nem ignorado. Somos (ou éramos até então) um País “gigante pela própria natureza (...) “deitado eternamente em berço esplêndido,” esperando que “os outros” resolvessem nossos problemas. Não defenderei nenhuma bandeira política, nem analisarei com a paixão da filosofia teórica, menos ainda com a fúria hormonal de adolescentes “de cara” com quem ou o quer que seja. Pense com seu próprio cérebro e haja de acordo com sua consciência, amparado na voz do seu coração. Nós somos o que somos, o que fazemos ou o que deixamos de fazer. Absolutamente nada vai voltar a ser como antes e isso significa passos largos rumo ao nosso crescimento, desenvolvimento e amadurecimento como Nação: esse gigante chamado Brasil. São esses momentos em que transformam o mundo. Façamos nossa parte com orgulho e “mostremos valor constância nessa ímpia e injusta guerra,” servindo “nossas façanhas de modelo a toda terra.” São esses momentos que transformam o ser humano em mais humano. Em que as vozes transbordam do marasmo para a ação. Reação e a Criação de uma Nação mais justa, decente e de braços abertos para acolher, amar e proteger todos nós, seus filhos. Nós, os brasileiros: (...) “da terra adorada, entre outras mil, és tú, (...) Pátria amada Brasil!”

Régis Mubarak