Serei breve. Breve o suficiente
para externar minha opinião, respeitando a sua, não sobrecarregando seus
ombros, enchendo seus ouvidos, poluindo sua mente com inverdades, insultos,
ideias estapafúrdias, teorias esdrúxulas, ocupando muito espaço, desse espaço e
do seu. Do seu tempo, seus dias, sua vida. Sua existência que é fundamental! A
palavra chave é “nós”. Nós e um dia depois de amanhã. Nós e o que faremos
quando toda poeira baixar, os protestos cessarem, as ruas voltarem a ser mais
ou menos o que eram antes. Ou quase... Porque nada vai voltar a ser como antes.
Tive o prazer de participar de
manifestações em cidades distintas. Na capital pacificamente até descambar para
o caos, (que aliás é o sonho de todo vândalo: denegrir a imagem pública de um
povo ordeiro), numa simpática cidade vizinha, onde vários líderes políticos
mostraram sua cara e caminharam irmanados. Na minha própria cidade, onde as
autoridades locais sumiram, fugiram e ninguém soube precisar pra onde... A
história sendo escrita e registrada (por representantes de todas as gerações) de
“on line” e “tuitadas virtuais” “curtidas” e “compartilhadas” para “Vem pra rua
você também!” “Acorda Brasil!” “Verás que
um filho teu não foge a luta!” E essa originária dos Professores do Paraná
que é simplesmente o ápice da nossa conversa: “Sou Professor, ganho pouco e mesmo assim sigo feliz. Pois minhas mãos
estão sujas apenas de giz!”
Exultantemente feliz uma voz
interior me diz para não descartar a prudência e o exame de consciência. Toda
espécie de abutres e “malfeitores” aproveitam-se para virar o país de cabeça
para baixo, incitando a violência. Não sejamos ingênuos de acreditar que não há
conspirações para acabar “com a nossa raça” (ou melhor nosso caldeirão de
misturas étnicas), entre a tal Copa das Confederações e a tal Copa do Mundo, período
em que o Brasil será o País de maior evidência em todo mapa mundi, não somente
por causa dessas competições, mas por que jamais houve época midiática tão propícia
para demonstrarmos nossas insatisfações aos olhos do planeta contra trilhões de
motivos: do Pastor Feliciano ao Eike Batista, do Galvão Bueno aos Médicos
importados de Cuba, do salário mínimo ao preço do tênis Adidas, da Educação,
Saúde e Segurança negligenciadas a Internet de “qualquer G” que não oferece qualidade
“m...” nenhuma. Trilhões de motivos liderados obviamente pela famosa corrupção
endêmica!
Não somos um povo resignado, nem
revoltado, marginalizado nem ignorado. Somos (ou éramos até então) um País “gigante pela própria natureza (...) “deitado
eternamente em berço esplêndido,” esperando que “os outros” resolvessem
nossos problemas. Não defenderei nenhuma bandeira política, nem analisarei com
a paixão da filosofia teórica, menos ainda com a fúria hormonal de adolescentes
“de cara” com quem ou o quer que seja. Pense com seu próprio cérebro e haja de
acordo com sua consciência, amparado na voz do seu coração. Nós somos o que
somos, o que fazemos ou o que deixamos de fazer. Absolutamente nada vai voltar
a ser como antes e isso significa passos largos rumo ao nosso crescimento,
desenvolvimento e amadurecimento como Nação: esse gigante chamado Brasil. São
esses momentos em que transformam o mundo. Façamos nossa parte com orgulho e “mostremos valor constância nessa ímpia e
injusta guerra,” servindo “nossas
façanhas de modelo a toda terra.” São esses momentos que transformam o ser
humano em mais humano. Em que as vozes transbordam do marasmo para a ação.
Reação e a Criação de uma Nação mais justa, decente e de braços abertos para
acolher, amar e proteger todos nós, seus filhos. Nós, os brasileiros: (...) “da terra adorada, entre outras mil, és tú,
(...) Pátria amada Brasil!”
Régis Mubarak