“Cativeiro Sem Fim” do jornalista Eduardo Reina é um daqueles livros que você lê sem descansar os olhos, se possível sem interrupção, colocando uma plaquinha na porta do quarto: “Por favor, nesse final de semana ninguém me atrapalhe!” Cativeiro Sem Fim não é uma obra fácil de ser digerida. Não trata de algo artisticamente inventado por uma mente fértil em roteiro encantador, através de exuberantes doses de criatividade e domínio linguístico. Essa obra, publicada pela Editora Alameda, revela histórias angustiantes, tristes histórias, amargas histórias, de crianças (bebês inclusive) e adolescentes sequestrados no Brasil, durante o período da Ditadura Militar. E algo começa a doer dentro de você, (mesmo antes de nos inteirarmos dos depoimentos e relatos específicos desse inigualável livro reportagem), logo nas páginas iniciais (página 21) quando se lê: (…) “Mas qual era o objetivo do governo militar que chegou ao poder em 31 de março de 1964 e apeou em 1985 ao realizar o sequestro e apropriação de bebês, crianças e adolescentes filhos de militantes políticos ou de famílias contrárias às ações exceção?” “Os sequestros de bebês, crianças e adolescentes filhos de militantes políticos compõem uma lógica de guerra. Esses crimes compunham um rol de ações de terror de Estado desempenhadas pelos governos militares com o objetivo de manter o poder e derrotar o que chamavam de inimigos.” Cativeiro sem Fim é um livro necessário e vital para entender (jamais aceitar) e mergulhar (jamais compactuar) sobre esse período infame da história recente do nosso País. /// Na fotografia minha mãe Ilenir segura um exemplar, de vários que adquiri recentemente e estou remetendo a amigos residentes no Canadá, França e Austrália. ///