Jaime Giolo: A educação redefinirá
o futuro do Brasil.
Por
Régis Mubarak *
Recentemente
o Professor Jaime Giolo, ex-Reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul,
que é Mestre em História e Filosofia da Educação pela PUC de São Paulo, Doutor
em História e Filosofia pela USP e Pós Doutor em Ensino Superior Brasileiro
pela UNICAMP, foi um dos principais palestrantes da III MEDUC – Mostra em
Educação e Pesquisa - realizada pela Universidade de Passo Fundo no Rio Grande
do Sul. Professor Giolo como carinhosamente é tratado por seus alunos e
ex-alunos, graduou-se em Filosofia pela própria UPF onde também exerceu o
magistério superior por mais de duas décadas, antes de ingressar nos quadros da
UFFS no ano de 2009. Valendo-se de riquíssimo material ilustrativo, oriundo de
suas incessantes pesquisas e expondo dados estatísticos preocupantes no que
concerne ao atual panorama da Educação Brasileira, Professor Giolo também
utilizou-se de algumas metáforas extremamente criativas para suavizar a
seriedade do tema que lhe fora proposto. Além de revelar-se envolvente orador
ao melhor estilo “Leonel de Moura
Brizola” cativando a plateia, fato
esse, que já tínhamos constatado em apresentações anteriores como em Chapecó
por exemplo, que é a cidade catarinense onde está localizada a sede da
Universidade Federal da Fronteira Sul. Jovem universidade que em setembro de
2019 comemorou seu aniversário de 10 anos de existência e conta com campus nas
cidades de Laranjeiras do Sul e Realeza no Estado do Paraná e nas cidades de
Cerro Largo, Erechim e Passo Fundo no Rio Grande do Sul.
RM
- O tema da III MEDUC desse ano foi “Obscurantismo
Educacional” – O papel da pesquisa na formação
dos sujeitos – com tua vasta experiência em sala de aula e também fora
dela, tu nos diria que “ser Professor”
é sobretudo “um ato de coragem”
nesses tempos turbulentos e exige sobrecarga extra de sacrifícios, na travessia
desse mar revolto de incertezas, quanto ao futuro não somente da educação mas
também da própria soberania brasileira?
JG - Sim, pode ser. Embora eu não usaria a
expressão “ato de coragem”, porque a atividade docente é muito significativa e
não se vai a ela por um ato de coragem mas por uma escolha. Entretanto, há um
contexto muito difícil para a educação brasileira, especialmente para a
educação pública estadual (estou falando do Rio Grande do Sul). Nesse caso, sob
o aspecto da luta política em defesa dos direitos do professor, sim, é preciso
uma boa dose de coragem e determinação para fazer a necessária luta política.
RM - No início de novembro
em Chapecó, a convite do Sinduffs – Seção Sindical dos Docentes da UFFS – tu
foi enfático ao afirmar que “o problema
do financiamento da educação pública está na EC 95,” a emenda
constitucional do teto dos gastos públicos, que limita os investimentos em
educação por 20 anos e “que partes da
sociedade parece não entender ou finge não entender a catástrofe que se
avizinha,” como consequência dessa famigerada EC. Acreditas Professor Giolo
que conseguiremos reverter esse quadro a tempo de não afetar negativamente as
próximas gerações?
JG - A Emenda Constitucional 95 foi um ato
bárbaro realizado pelo Golpe. Sua natureza é maléfica sob todos os pontos de
vista. Ostentando a tese falsa de que o Estado é enorme, se fez essa camisa de
ferro para reduzir o tamanho do Estado, mirando, de modo especial, os setores
que executam as políticas públicas mais importantes. O Estado não é grande para
o tamanho do país e para as necessidades dos serviços públicos. Praticamente
todos os países melhor colocados no cenário mundial, têm um Estado mais
representativo do que o Estado Brasileiro (de todos os trabalhadores
brasileiros, 12% são servidores públicos; a média da OCDE é de 21%). Os
proponentes da EC 95 enganaram o Congresso Nacional que votou uma matéria sem
compreendê-la. Agora apareceu a conta a ser paga. É de se esperar que se crie
um movimento amplo para acabar com ela. Por ora, entretanto, todos os
sacrifícios estão sendo jogados sobre os servidores públicos, aposentados e
destinatários das políticas sociais. O mercado financeiro ficou isento de
qualquer participação nesse programa de austeridade. A camisa de ferro não pesa
sobre o corpo das despesas financeiras da União; apenas sobre as despesas
primárias. Uma catástrofe.
RM - No teu artigo “Educação a Distância no Brasil: a expansão
vertiginosa” em abril de 2018, tu já demonstra clara preocupação com o
avanço desenfreado e a péssima qualidade da educação a distância no país. É um
artigo minucioso, baseando-se em dados estatísticos compilados do próprio MEC e
do INEP. Nele tu afirmas que “o estado brasileiro foi incapaz de conduzir
o processo de expansão da educação a distância com o mínimo de controle e
direcionamento, deixando que se construísse, por obra de iniciativas
particulares, um “Titanic” que, agora está desgovernado e ingovernável. No
final do artigo destacas que “são
necessárias muitas luzes para enxergar longe e profundo.” No atual estágio acrescentarias
algo que ficou de fora dessa tua análise tão bem apurada?
JG - O panorama só se agravou. A EAD já
ultrapassou os dois milhões de matrículas. Em alguns cursos, como pedagogia,
serviço social e tecnológicos da área de administração, as matrículas a
distância ultrapassam de longe as matrículas presenciais. No Estado de Santa
Catarina, considerando o total dos cursos, independente da área, o percentual
de matrículas a distância é superior ao das matrículas presenciais. E ocorre
que as matrículas a distância crescem sobre o encolhimento das matrículas
presenciais. A sala de aula está sendo desertificada, incluindo salas de aulas
de instituições públicas, para determinados cursos. Isso definitivamente não é
bom para o país. Ainda pagaremos um preço elevado por essa aventura. E está
cada vez mais difícil de pôr um freio nessa corrida mercantilista, por causa da
força econômica e política dos grandes conglomerados que ofertam a EAD.
RM - Lendo teu trabalho
mais recente intitulado “O Future-se sem
Futuro” e compartilhando com profissionais do jornalismo na troca de
impressões, pontuamos o brilhantismo desse artigo, que é extremamente acessível
a todas as pessoas, mesmo aquelas que não estão inseridas no mundo acadêmico e
às vezes sentem certas dificuldades em compreender textos mais complexos,
acabando lastimavelmente por abandonar a leitura no meio do caminho. Logo na
apresentação tu escreves que “nesse
sentido, o caráter do trabalho é sobressaliente, embora também haja um esforço
analítico nada desprezível.” Considerando que tua parte analítica é sim,
imprescindível, fique à vontade para falar sobre: “O Future-se sem Futuro.” (Ao
final dessa entrevista acrescentaremos o link que leva ao artigo completo do
Professor Doutor Jaime Giolo na Plataforma ResearchGate.)
JG - O programa Future-se é uma iniciativa
grotesca e mal intencionada do MEC. Grotesca porque mal elaborada (um
primarismo sem tamanho) e mal intencionada porque afronta dispositivos
constitucionais (autonomia e financiamento público das instituições oficiais)
com o intuito de emparedar os IFES* e, nelas, privatizar tudo o
que for possível. Fiz um esforço para demonstrar o mal que esse programa, se
implantado, causará à educação pública federal. A motivação que gerou esse
projeto não é apenas de ordem orçamentária (reduzir o tamanho do MEC para caber
na camisa de ferro da EC 95); é também de ordem política e ideológica. O
governo patrocina uma campanha difamatória contra as universidades federais,
considerando-as o lócus principal de
elaboração e disseminação do chamado "marxismo cultural”. É claro que essa
teoria da conspiração é uma sandice, mas ela está involucrando uma tendência de
colocar as universidades e institutos federais sob o pano sombrio da censura e
da perseguição ideológica. (IFES*- Institutos Federais de Educação Superior)
RM - Ainda no tocante ao
teu artigo “O Future-se sem Futuro”
lê-se que (...) “uma sociedade formada
apenas de empreendedores, se fosse possível, seria uma sociedade infeliz. Mas
ela não é possível, porque um corpo social se estrutura muito mais em função de
práticas cooperativas e solidárias do que de práticas competitivas e
individualistas. Por isso, o sistema escolar não pode se concentrar na
consecução e, sobretudo, sob pena de jogar a juventude no vale sombrio da
frustração e do abatimento.” (O Ministro da Educação Abraham Weintraub que
se considera um especialista em startups e militante da causa reconheceu
perante os deputados da Comissão de Finanças e Tributação que há uma margem
gigantesca de fracasso nesse modelo a ser implantado.) Eis que o saudoso
Professor e Antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997) ao afirmar que “a crise da educação no Brasil não é uma
crise, é projeto” de certo modo foi um visionário dessa realidade distópica
que nos sufoca parcialmente?
JG - Sim, Darcy Ribeiro tinha razão. A crise
da educação é, em grande parte, criada para, nas trevas que surgem dessa crise,
executar políticas elitistas discriminatórias. A educação, nos últimos anos,
tinha adquirido uma força extraordinária e uma representativa imensa. Foi feita
uma enorme expansão, aliada à descentralização e à democratização. A inclusão
social abriu perspectivas alvissareiras para as classes populares. É contra
isso que se abate a atual avalanche demolidora. É, de fato, um projeto de
destruição das políticas socais que está em curso. Isso quer dizer que estamos
tomando o caminho de retorno a uma sociedade estratificada e
segregacionista.
RM - Poderias nos falar
Professor Jaime Giolo, sobre tua participação ainda a frente da Reitoria da
Universidade Federal da Fronteira Sul, em Córdoba na Argentina na III CRES:
Conferência Regional de Educação Superior para a América Latina e Caribe
realizada em junho de 2018? Resumidamente qual tua avaliação daquele momento
tão especial da educação latino americana e os projetos ali delineados, antes
obviamente de mirarmos no horizonte essa série de conflitos, que seriam deflagrados
em países irmãos como o Equador, o Chile e a Bolívia?
JG - A América Latina sempre serviu a
interesses externos poderosíssimos, inclusive, com o poder de manter as elites
locais atreladas a seus ditames. Os movimentos de cunho popular e nacionalistas
criam sucessivas tentativas de ganhar protagonismo, mas são sistematicamente
ceifados, seja qual for a roupagem que vestem. A nova onda de golpes que está
se alastrando pela América Latina nada mais é do que uma reação voraz dos
poderosos contra a tentativa de protagonismo dos pobres do continente. O
movimento de reforma universitária de Córdoba de 1918 foi um momento de
afirmação dos ideais democráticos e populares. Seus efeitos, embora
significativos, foram quase sempre controlados pelas elites locais comandadas
por potências externas. Na celebração dos 100 anos do movimento, se pôde
perceber o temor daqueles que compreendem a educação como um bem público e,
portanto, como um direito, em face do processo avassalador da mercantilização
da educação, que afirma a educação como um privilégio e um bem negociável. Os
mercantilistas não estavam lá, mas era possível sentir o fragor do seu tropel
atropelando tudo.
RM - No vídeo “Eles sabem do que estão falando” para a
ANDIFES - Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior
- no mês de maio do corrente ano tu relatou a importância fundamental da Universidade
Federal da Fronteira Sul junto as comunidades nas quais está inserida. Lembro
que no dia da nomeação pelo então Ministro da Educação Fernando Haddad, como
Vice Reitor ao lado do Professor Dilvo Ristoff, (o primeiro Reitor da UFFS) tu
destacava bastante emocionado “o enorme
desafio” que seria “reger um concerto
de tamanhas proporções, com base numa partitura não completamente escrita.” Foi
uma experiência magnífica sem sombra de dúvidas que talvez possa se repetir num
futuro nem tão distante?
JG
- Sim. Foi uma
experiência fundamental. Em menos de dez anos, conseguimos implantar uma
universidade grande, corajosa e inquieta. A importância se localiza num
conjunto de dimensões complementares: o lugar (os extremos opostos das capitais
dos três estados da Região Sul), a concentração de competência científica e
técnica (é a maior concentração de pessoas tituladas na região de abrangência),
a representatividade social (as cotas dão efetivamente oportunidade aos
segmentos populares), a participação da comunidade regional, a estrutura
material (mais de cinquenta obras de engenharia, mais de duas centenas de
laboratórios, seis campi completos e funcionando), etc. Quando a educação é
prioridade, as coisas acontecem.
RM - Ao assistirmos o vídeo
institucional “UFFS Vista do Alto”
não somente apreciamos imagens encantadoras de todos os campus da Universidade
Federal da Fronteira Sul, como nos deparamos com “uma grandiosidade” que nos envolve e nos emociona por completo.
Consolidada, as primeiras sementes plantadas já germinaram dando excelentes
frutos. Tendo exercido o comando da
UFFS, primeiramente como Vice Reitor e posteriormente como Reitor em dois
mandatos consecutivos, que momentos especiais guardas na memória e poderia
destacar que marcaram profundamente esses 10 anos?
JG - Pretendo escrever, pausadamente, essa
experiência. Terei oportunidade, portanto de relatar e refletir sobre tudo o
que foi realizado. Não o farei aqui porque, para isso, são necessárias centenas
de páginas. Prefiro, então, registrar e lamentar aquilo que não foi possível
realizar por causa da mudança dos ventos da política. Estávamos elaborando um
projeto de expansão institucional com a implantação de novos campi, incluindo
um campus indígena e um instituto missioneiro de arte e cultura. Não foi
possível. Uma pena.
RM - Obviamente que o
Reitor e o Vice, no caso o Professor Antonio Inácio Andrioli (Pós-Doutor em
Sociologia pela Universidade Johannes Kepler de Linz/Áustria) que esteve ao teu
lado incansavelmente esses anos todos, foram os personagens de maior
visibilidade dentro de toda a equipe, tanto nos bons quanto nos maus momentos
enfrentados. Mas em meio ao excesso de responsabilidades e até excesso de
burocracias, que conselhos tu darias para jovens e novos gestores e gestoras,
como administrar equipes onde o índice “de
neurônios fervilhantes” “pensamentos
discordantes” e “ideias brilhantes”
são a regra e não a exceção? E fazer com que “a teoria” se torne a prática constante e “a prática” não se distancie dos valores teóricos relevantes?
JG - Já tive a oportunidade de explicitar
vários dos princípios basilares que devem orientar a prática do gestor público.
Apenas cito alguns:
1. O cargo público não está para ser usufruído, mas
exercido.
2. A instituição é um bem público e não particular.
3. A democracia avança em torno de um ponto médio.
4. Administração pública exige ousadia, mas não dispensa a
prudência.
5. O cargo público requer zelo, mas não apego.
RM
- Por falta de espaço deixaremos de citar o impressionante “Currículo Lates” do Professor Doutor Jaime Giolo, contudo vale ressaltar aqui que ele
foi coordenador geral de estatísticas da educação superior (2005-2006) e
coordenador geral de avaliação institucional e dos cursos de graduação
(2006-2007) do INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira. Se não tivesse construído essa invejável carreira no campo da
Educação Superior em que outra profissão Professor Giolo tu te imaginarias
sendo bem sucedido? E quais são as personalidades brasileiras ou estrangeiras
que tens como referencial de admiração e respeito na tua estante de trabalho?
JG
- Eu poderia ter seguido
muitas carreiras e, por certo, teria encontrado sentido e realização. Mas a
vida dá poucas possibilidades de escolha para quem nasce de família pobre.
Nesse caso, você tem de optar por aquilo que a vida lhe apresenta e, dessa forma,
enfileirar suas opções, pacientemente, uma coisa depois da outra, à medida que
as situações se descortinam à sua frente. O segredo está em fazer cada coisa da
melhor forma possível, com dedicação e zelo. Desse jeito se extrai o sentido da
atividade e a realização pessoal. Já me imaginei trabalhando em oficina
mecânica e em fábrica de móveis de madeira. No terreno acadêmico, se me fora
dada a possibilidade, teria abraçado, com gosto, o caminho da matemática, da
física, da computação, do direito, etc. Se eu tiver sete vidas, farei tudo
isso. As personalidades de referência são muitas. Minha biblioteca é enorme e
não saberia dizer quem é mais importante, porque, de fato, recebi inspiração
larga e profunda de muita gente. De qualquer maneira, no terreno da teoria
social, minhas referências são sempre de esquerda. Nas outras áreas,
intelectuais e cientistas racionalistas e evolucionistas.
RM - E quais serão tuas
atividades a partir de 2020 na UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul –
campus Passo Fundo junto ao curso de Medicina? (O Professor Jaime Giolo exerceu o cargo
de Vice Reitor de 2009 à 2011 tendo à frente o Professor Dilvo Ristoff, o
primeiro Reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul em Gestão Pró Tempore.
Em 2011 Professor Giolo assumiu a Reitoria, juntamente com o Professor Antonio
Inácio Andrioli, seu Vice para os anos de 2011 à 2015. E ambos seriam eleitos através
de expressiva votação para o período de 2015 à 2019. )
JG - Estou preparando aulas. Vou entrar, com
alegria na sala de aula. Tenho muitas coisas para escrever, incluindo algumas
epopeias em verso. Participarei de
eventos intelectuais na medida do possível. Serei chamado para palestras e
bancas. Farei o que estiver ao meu alcance. Isso já é bastante, pois pretendo
também saborear as amizades e as tertúlias.
RM - Passo Fundo, para quem
não sabe é “A Capital Nacional da Literatura” e vem se destacando no cenário
nacional numa nova modalidade conhecida como “turismo de negócios” com eventos,
exposições e seminários nas mais diversas áreas do conhecimento, do agro
negócio ao mundo das tecnologias. Aliás... quais livros estivestes lendo nos
últimos meses e recomendaria aos nossos leitores? Ahhh sim... “soubemos por fontes extraoficiais” que
tens originais escondidos em gavetas esperando para serem publicados. Quem sabe
muito em breve não teremos algumas novidades no campo da escrita acadêmica ou
literária Professor Jaime Giolo?
JG - Estou lendo muitas obras, inclusive,
para preparar as aulas. Recomendo: “Para uma crítica da razão bioética”, de
Lucien Sève; “A assustadora história da maldade”, Oliver Thompson; “A elite do
atraso”, de Jessé Souza; “Científica: o guia completo do mundo da ciência”, de
VV.AA; e “Como funciona a mente”, de Steven Pinker. Estou, de fato, trabalhando
em dois livros que estavam na gaveta, empoeirados. Estão dando mais trabalho do
que imaginava.
RM - Eis que o Professor
Jaime Giolo, nascido no município de Vila Maria (RS), simpática cidadezinha de
pouco mais de 4.400 habitantes, repleta de belezas naturais que é considerada
“A Capital Regional do turismo de Aventura,” na região da Produção, que fica a
260 kms da capital gaúcha Porto Alegre é também profundo conhecedor (entre
tantas obras de artistas da cultura rio-grandense), do trabalho sem comparação
do payador e poeta Jayme Caetano Braun (1924-1999) e do cantor Noel Guarany
(1941-1998) e também de Dom Pedro Ortaça (1942-). E então poderia nos contar quando surgiu essa
paixão pela cultura missioneira?
JG - Desde que o primeiro rádio de pilha apareceu
na nossa casa, no início dos anos 80, a cultura musical do Rio Grande do Sul
passou a fazer parte da minha vida. O lazer cultural naquele tempo se resumia a
ouvir programas de rádio. Ainda, hoje, embora mais eclético, meu universo
musical dá predileção à música regional, do estilo missioneiro. Li grande parte
da literatura feita no Rio Grande do Sul, sendo Érico Veríssimo o escritor mais
frequentado. Na poesia, Jayme Caetano Braun, Luiz Menezes e Apparício Silva
Rillo.
RM - E não poderíamos
encerrar essa entrevista sem deixar de contar que o Professor Jaime Giolo é
torcedor fiel do Internacional de Porto Alegre. E tem mais: basta procurar
sorrateiramente nas redes sociais, de amigos íntimos, que vídeos caseiros nos
revelam interpretações magistrais de clássicos da música do estado do Rio
Grande do Sul: Albino Manique e os Mirins, Os Monarcas, José Mendes,
Teixeirinha e por aí afora. Eis que “A
gaita velha que veio da Bossoroca vejam só como ela toca, vejam só como ela
toca. E essa gaita ronca mais do que tatu dentro da toca” já é bastante
conhecida, só que recentemente temos “uma
gaita nova” uma Paolo Soprani
original que veio da Itália. Um sonho de gaita! Um sonho!
JG - O acordeom é meu instrumento predileto.
Entretanto, não sou gaiteiro; apenas faço barulho. (Risos.) O suficiente para animar tertúlias despretensiosas.
Faltando gaiteiro, todavia, sobram gaitas, especialmente uma Paolo Soprani,
cromática, do Sistema B, com 120 baixos, duplo cassoto e 15 registros reais.
Então para quem quiser
contratar “o gaiteiro Giolo ali das
bandas de Passo Fundo tchê” para uma apresentação “não se acanhe.” Acreditamos que “não cobrará muito caro” pelo cachê. (Risos.) Tocará incluso por uma “picanha
bem passada” com certeza, por uma garrafa de vinho tinto da serra gaúcha ou
talvez, por um legítimo malbec tinto argentino safra 2013. Quanto as demais
especificações do contrato a ser negociado para “o tal entrevero” podemos afirmar com absoluta precisão, que passam
antes por “uma boa prosa espichada” num
final de domingo junto a um mate bem cevado. E também garantimos além da boa
música, a descontração e a alegria que essas tertúlias proporcionam aos amigos,
elevando a alma e renovando as energias para continuar “a peleia” na construção de um Brasil mais igualitário e justo para
todos nós!
Régis
Mubarak *
Jornalista
Mendoza
– Argentina & Rio Grande do Sul – Brasil
Dezembro
2019
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O artigo completo “Future-se sem Futuro” do Professor Jaime Giolo, publicado em
dezembro de 2019, está disponível para leitura, pesquisa e download em
ResearchGate – plataforma voltada a profissionais da área de ciência e
pesquisadores – acessando em:
===
Os demais artigos escritos pelo Professor Jaime Giolo, em datas anteriores a
dezembro de 2019, também estão disponíveis para leitura, pesquisa e download na Plataforma
ResearchGate, basta acessar a página oficial em:
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No dia 12.12.19 o Ministério da Educação juntamente com o INEP – Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - fez a divulgação
do Índice Geral de Cursos (IGC), que analisa a qualidade geral da instituição
de ensino superior em uma escala de 1 a 5. Universidades na faixa de 1 e 2 são
consideradas abaixo do esperado e o índice 3 equivale a um resultado
satisfatório. Já os conceitos 4 e 5 estão acima da média. A UFFS novamente alcançou excelentes resultados. Os
dados oficiais do MEC e do INEP do IGC 2018 estão disponíveis em:
Continue a navegar clicando nos links se quiser saber
mais sobre:
A GAITA DA BOSSOROCA
ANDIFES
APPARÍCIO SILVA RILLO
CHAPECÓ
DARCY RIBEIRO
INEP
JAYME CAETANO BRAUN
PASSO FUNDO - RS
UFFS
UFFS VISTA DO ALTO
VILA MARIA - RS
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vila_Maria