domingo, 25 de junho de 2017

O paraíso perdido dentro de cada um de nós



              Tenho a capacidade extraordinária de divagar e viajar para longas distâncias sem sair do lugar. Cinco minutos de prosa espontânea e já desenho qualquer cena no ar. Capto a essência, às vezes até a mensagem subliminar e repasso adiante (fracionado), somente o que precisa ser repassado, em pedaços saborosos de pizza quentinha. Graças à participação voluntária em projetos de pesquisas, descobri recentemente outra tribo da qual também faço parte: a dos desenhos animados, só que “com muita noção!”
              Me orgulho sem traços de arrogância e sim como mera fonte de informação (autobiográfica e biológica) de todas as minhas sete etnias em igual proporção: português, francês, guarani, kaingang, nigeriano, árabe e espanhol, buscando eliminar todo sagrado dia o que elas tem de pior e usufruir o que me destinaram de melhor. Mas acrescentar um “DNA” de desenho animado - “UM DINÁ” - como naquele filminho encantador “ZOOTOPIA” é mega sensacional! Isso não me torna melhor, nem pior do que ninguém, somente um pouco “mais pilhada” do que a média nacional! E daí?!?
              Contudo no mundo real isso já me trouxe e continuará me trazendo alguns dissabores, porque meu cérebro funciona num ritmo ininterrupto 24 horas por dia, sem precisar recorrer a álcool, drogas, infusão de chás alucinógenos ou qualquer outro tipo de experimentações suspeitas e minha “duracell nunca gasta” e “nunca me desligo da tomada!” Graças à excessiva criatividade, a capacidade de levitar no mundo da fantasia, dos sonhos lúcidos e do espaço virtual posso literalmente viajar no cosmos. Entretanto há dentro de mim paraísos perdidos que não mais consigo encontrar. Em determinados momentos também deixei de acreditar em mim e no que poderia ter feito de melhor!
              Analisando hoje mais a fundo, após certas experiências vivenciadas “o para sempre” é na realidade um tempo relativo! E se nem existe a relatividade do tempo como explicar para as pessoas que o passado, o presente e o futuro estão interligados? E que o desejo de realização, de mudança, de transformação do ambiente ao nosso redor depende exclusivamente de cada um de nós? Se tudo escapa por entre nossos dedos é porque o medo nos paralisa de seguir adiante, nos incutindo a falsa sensação de que o ato divino da criação não pode ser usufruído por qualquer homem e mulher, onde quer que esteja, seja lá quem quer que seja, desde que acredite em si mesmo e na centelha!
              Entretanto há “um porém” a considerar, o poder da realização de grandes obras requer grandes sacrifícios, obstinação e trabalho árduo. Você precisa sair da zona de conforto, acomodação, da rotina, preguiça, negativismo. Porque nos sabotamos no meio do caminho? Porque paramos de construir nossos projetos? Porque abandonamos nossos sonhos? Porque desistimos de nossas paixões? Porque nos julgamos incapazes de sermos maiores do que nossa própria condição humana? Por que travamos? Porque deixamos essa chama ir aos poucos se extinguindo, até quase se apagar?
             Recorro a uma das minhas frases preferidas, a do escritor franco argelino Albert Camus (1913-1960) quando disse: “A grandeza de um homem consiste em ser maior do que sua própria condição humana.” A capacidade cerebral é infinitamente inesgotável, se explorarmos a imaginação, a criatividade e a inventividade da nossa espécie humana, tendo como ápice da inteligência esse poder de criar, consertar e recriar um mundo novo a todo instante. Também já escrevi sobre isso várias vezes, juntando dados estatísticos de pesquisas acadêmicas de dentro e de fora do País, incluindo até resultados de ressonância magnética. Mas talvez seja a resiliência, figurativamente um sentimento cuja verdadeira fortaleza explique o resultado final de toda ação e consequente reação.
              O objetivo de construir nosso próprio paraíso aqui na terra é constantemente abandonado e jogado no fundo do mar das recordações das paisagens perdidas, porque ficamos paralisados diante do medo. Então volto a enfatizar o que também já escrevi em outros textos: pequenas atitudes sustentam grandes ações. Gestos imperceptíveis induzem a grandes sopros de vento. E aos poucos, pequenos grupos se transformam em grupos maiores e arrastam multidões. O que te espera ali adiante? O que te paralisa? O que te impulsiona? Não julgo ninguém além de mim, meus próprios conceitos de vida, ilusões perdidas e feridas abertas. E são muitas!  A quantidade de erros proporcional à quantidade de acertos, as escolhas equivocadas, meu esforço contínuo em transformar-me num ser humano tri bacana é meu histórico de vida. E são meus olhos e não os seus que veem o mundo desse ângulo. Ninguém pode viver a vida do outro! Simples assim!
                O que te espera ali adiante? Naquela curva... naquele atalho... naquele cantinho escondidinho do mapa... naquela estrada que parece não ter fim? Uma esperança inesgotável de continuar, crescer, amadurecer, enfrentar o desconhecido, resolver problemas, pedir desculpas, não voltar a resvalar na mesma casca de banana, não sermos hostis a quem não simpatizamos, não sermos arrogantes, compartilharmos o que sabemos, pedirmos socorro quando não entendemos. Únicos porém unidos!
              Poderia utilizar-me da justificativa paliativa, por descobrir que tenho “DINÁ de animação” que a vida me pareça mais colorida do que realmente é. Graças ao meu fabuloso “DINÁ” de desenho animado você deve pensar que eu caia, levante, apanhe, prossiga, resista, me desmanche, me recomponha e levante da cama todo dia turbinada igualzinho ao Coelho Pernalonga eternamente apaixonado pela Lola Bunny ou Pepe Le Pew por sua Penélope? Ah é verdade... quando estou apaixonada... é bem isso aí!!!
              E daí?!? E as pessoas que não tem “DINÁ” de desenho animado como fazem? Elas reagem, criam coragem e não desistem dos seus sonhos, seus projetos, seus paraísos perdidos. Se aquele Compositor desistisse de escrever belas canções porque foi corneado. Se aquele Pintor desistisse de pintar encantadores quadros por que está com o aluguel atrasado. Se aquele Jornalista desistisse de redigir seu brilhante texto porque não dorme há dois dias e meio. Se aquele Policial da viatura ali na esquina, não viesse cumprir seu turno porque seu filhotinho está ardendo em febre. E a Professora não aparecesse na Escola porque o cano da pia estourou hoje de manhã. E o Médico não viesse atender seus pacientes porque não dormiu com dor de dente. E se... E se... E se... E se você soubesse que é mais importante, maior e tem mais capacidade do que imagina para ajudar a criar esse Novo Mundo em Expansão, porque não o faria? Por quê?
               Por medo de fracassar, medo de ser humilhado, de ser julgado pela opinião alheia, de não atender exigências absurdas e expectativas que a sociedade impõe sobre nossas cabeças. Regras. Leis. Cobranças. Competição. Exclusão. Escárnio. Vilipêndios. Sempre seremos seres incompletos, porque estamos em constante evolução. Em certas circunstâncias é preciso ter consciência da urgência, que paisagens se perdem e pessoas nos traem. E nem todo mundo é tão bonzinho, fofinho e queridinho quanto aparenta! E que às vezes seus melhores amigos mudam e mudam para pior! É preciso ter consciência: nossa geração não ultrapassará um século de existência aqui nesse plano astral, nessa época atual. Não mudei uma vírgula, acredito na reencarnação, recorrência, mudança de dimensão. Só que dificilmente nesse século eu e você passaremos dos 100!
               Só que hoje (e era o que eu queria fazer), não adianta te convidar para uma “viajada para fora da Via Láctea,” quando diante de nós, nossa adorada Pátria Amada está sob ataque cerrado! Nem explicar em detalhes o que é “Registro Akashico” e como isso funciona. Uau e como funciona! Eis que o Papa Francisco e o Dalai Lama não estão mentindo: a força do amor move montanhas. E a do ódio destrói tudo num piscar de olhos! E se ficarmos estagnados, só rezando, esperando que Jesus Cristo volte antes da finalíssima do campeonato, nós bailamos! Entendeu ou quer que eu desenhe? O paraíso perdido dentro de cada um de nós só pode ser construído por cada um de nós e medo nenhum, nem ninguém pode nos impedir de assim o realizar! O amanhã é agora. É hoje!

Régis Mubarak
Graduanda em Gestão Ambiental – UNOPAR. Especialista Técnica em Gestão Contábil – CNEC, Marketing – SENAC e Saúde Pública PMI/UNASUS 
Pesquisadora AVA SARU em Exobiologia e Tecnologia da Informação 
Escreve para Jornais Impressos na Região Sul e Portais de Notícias da Internet