Trata-se de uma piada cuja
autoria infelizmente desconheço. Foi em 2011 quando a ouvi pela primeira vez “da
boca de um dos Gnomos Mágicos” da Lan House que frequentava e a mencionei no
meu texto “Algo que a gente não sabe.”
Semana passada novamente deparei-me com essa anedota, dessa vez em uma palestra
acadêmica, narrada pela boca de um nobre Sociólogo e Mestre em Comunicação.
O real valor dessa experiência (reproduzirei
a piada a seguir), é que chegou até mim de duas fontes distintas em épocas
distintas: por um aprendiz de hacker no auge dos seus 16 anos de existência e
por um grande professor no auge dos seus 63 anos de sabedoria, provocando igual
resultado: a compreensão da mensagem subentendida nas entrelinhas, aliás, o
grande objetivo das piadas, parábolas e charges de um modo geral.
Ei-la aqui: Dois amigos estavam saindo do jogo da
Argentina e Suécia, quando um cão muito feroz veio em direção a um dos garotos
e atacou-o. O outro, para ajudar o amigo, voou em cima do cachorro e o matou.
Um repórter japonês que assistia a cena começou a anotar. “Jovem sueco salva a
vida do amigo de um cão feroz.” O garoto olha em sua direção e diz: - Eu não
sou sueco! O repórter pega outra folha e anota então: “Jovem brasileiro salva
amigo de ataque canino.” E o garoto responde: - Eu não sou brasileiro! - Então
o que você é afinal? Pergunta o repórter japonês – Eu sou argentino!
Imediatamente o jornalista saca outra folha e escreve a chamada: “DELINQUENTE
ARGENTINO ASSASSINA ADORÁVEL ANIMAL DOMÉSTICO.”
A piada é deliciosa a nós brasileiros obviamente
por ser o último garoto identificado como de nacionalidade argentina, (nossos
primos e eternos rivais no campo futebolístico), entretanto permanecendo o cão como
vítima, mas substituindo os garotos, por quaisquer outras nacionalidades, o
contexto permanecerá irretocável. Contudo é o repórter Japonês que detém “a
chave” que modificará a versão dos fatos, (traduzindo: o quarto poder a
imprensa e o quinto: as redes/mídias sociais) de como o adorável ou o feroz cão
morreu e nas mãos de quem e porque isso aconteceu. A posterior narração (ou
descrição) mantendo-se fiel ou adulterando no todo ou em partes o acontecido é
que se seguirá extenso caminho, ficando gravado em nossos cérebros como
verdadeira.
Eis que recentemente fiz um
trabalho acadêmico abrangente sobre “mídias sociais”, motivo pelo qual fiquei
(infelizmente) afastada da escrita literária criativa, tal o volume
significativo de dados estatísticos que precisei analisar e graças a isso ou ao
resultado conclusivo dessa meticulosa pesquisa, que confesso: passei a
corroborar espontaneamente com as afirmativas do filósofo e escritor italiano
Umberto Eco (1932-2016) em: (...) “...o
drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia o portador da verdade.”
(...) “...e as redes sociais deram voz à legião de imbecis.” Os meios de
comunicação conforme suas tendências despejam-nos informação, contra informação
e desinformação a velocidade da luz e nunca tivemos tanto poder enquanto coletividade
(ONGs, Associações, Grupos) e seres individuais “pensantes e inteligentes” (redes
sociais) e lastimavelmente não estamos sabendo usar “essa força” na sua integralidade.
Será que não estamos sendo usados
como massa de manobra? Gado solto no pasto, engordando para o dia do abate? Já
refletiu sobre o Brasil ser maior que o PT, o PSDB ou PMDB e todos os demais
partidos (e seus políticos) misturados ou separados? De os militares não estarem
dispostos a intervir nesse Governo (ou noutro qualquer) por estarem empenhados
em proteger nosso Brasil de ameaças piores do que os nossos (nem tão simples
assim) problemas de gerenciamento interno? Acredite: o Brasil dividido ao meio,
carregado de ódios, jogando irmão contra irmão, quando devíamos nos unir numa
só voz, só fará aumentar aquele “antigo complexo de vira-latas,” de que somos
todos pulguentos e sem noção... incapazes de nos tornarmos senhores do nosso
destino!
Régis Mubarak
Graduando em Gestão
Ambiental - UNOPAR e Saúde Pública – PMI
Especialista Técnico
em Gestão Contábil - CNEC e Marketing - SENAC
Pesquisador AVA SARU
em Exobiologia e Tecnologia da Informação
Escreve para Jornais
Impressos e Portais de Notícias do RS, SC e PR.