quarta-feira, 30 de março de 2016

Escute os conselhos da sua avó



              O título que escolhi para esse artigo é “Escute os conselhos da sua avó” porque se tivesse uma para chamar de minha com certeza seria mais feliz do que sou. A mãe de meu pai por incrível que pareça não gostava de crianças por perto. Detentora de um caráter dúbio, nem ao menos fingia para manter as aparências ou criar laços mais profundos. E a mãe de minha mãe, mulher inteligente e mui bonita, tinha um defeito que na época eu não compreendia, demonstrando maior atenção aos filhos dos seus filhos preferidos em detrimento aos demais e nunca procurou disfarçar tal atitude.
              Dito isso, não em um tom de ressentimento, mágoas pesarosas ou quaisquer escalas emocionais, que estudos específicos da psicologia possam vir a “me classificar” (e seus respectivos traumas posteriores), compartilho essa parte das “minhas memórias des-afetivas,” porque às vezes me pego horrorizada ao observar a falta de respeito de alguns jovens em relação aos seus avós extremamente carinhosos ou demais parentes que se enquadram na chamada terceira idade, ou melhor idade...
              Minha mãe que é apaixonada por seus netos (o que significa que aquele defeito genético não foi transmitido), literalmente se transforma num “animado desenho animado,” para desfrutar de todos os momentos que passam juntos. Conheço avós e avôs que são verdadeiros anjos da guarda de seus netos e netas, em todos os sentidos. E outros coadjuvantes voluntários das mirabolantes histórias do reino da fantasia: piratas, super-heróis, desbravadores, seres de outras dimensões, coelhos da páscoa e por aí, transformando esse período da infância num dos melhores, senão o melhor de todos.
              Também conheço pais e mães que sentindo inveja dessa cumplicidade, tentam barrar a todo custo essa convivência fantástica, impedindo que seus filhos fiquem mais tempo junto a eles, esquecendo-se de que a vida os levará linearmente até o momento de se tornarem avôs, assim como “sogros e sogras” e parafraseando o ditado popular “cada um colhe o que planta” ou no caso “deixa de plantar.” E o amor todos sabemos precisa ser cultivado, plantado, regado, tal qual uma sementinha todos os dias...
               E não é uma questão de “mais ou menos” cultura, educação, conhecimentos! Menos ainda de posição social (ou profissional que se conquista ao longo dos anos), que nos transformará em seres humano digno de respeito e admiração. Sabedoria é a palavra chave! Aliás, você pode ser um (a) cretino (a) com diploma ou sem diploma. Um (a) psicopata com diploma ou sem diploma. Uma (a) imundícia (a) com diploma ou sem diploma, etc, etc, etc. Ou uma pessoa honesta, decente, criativa, legal, tri bacana...
               Não é o que você faz, em grande parte da sua existência, mas quem você é na essência, no mais profundo íntimo do seu ser, que realmente definirá a grandeza de sua existência e irá compor as memórias afetivas de seus amigos, colegas de escola, namorados (as), colegas de trabalho e na sequência, marido (esposa), filhos e filhas, netos e netas. (Ah sim... eu encontrei “avós e avôs” de coração que me adotaram temporariamente e vivi momentos inesquecíveis, assim como deve ter acontecido com outras pessoas, curtindo tios e tias, primos e primas não sanguíneos e às vezes até “pais e mães” digamos assim, “emprestados” que foram mil vezes melhor que os originais!)
              Então escute os conselhos da sua avó (ou avô) se ela/ele estiver por perto ou se não estiver, acione o Skype, o Msn, o Whatsapp e todos os trilhões de recursos que a tecnologia reinventa a todo instante para nos manter conectados. E quem acha difícil (egoísmo atroz) liberar seus filhotes em passarem mais tempo ao lado de seus avós, tios, primos e primas, proporcionando momentos de pura bagunça, procure urgentemente ajuda médica especializada e não adianta disfarçar. Pessoas infelizes sentem prazer em estragar a alegria dos outros e são dignas de comiseração! Pessoas que não sabem amar, são miseráveis e completamente vazias em sua essência... Triste assim...

Régis Mubarak
Graduando em Gestão Ambiental - UNOPAR e Saúde Pública – PMI
Especialista Técnico em Gestão Contábil - CNEC e Marketing - SENAC
Pesquisador AVA SARU em Exobiologia e Tecnologia da Informação
Escreve para Jornais Impressos e Portais de Notícias do RS, SC e PR.