quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Dias de turbulência passageira



              Foi no ano de 2007 que escrevi sobre dias de turbulência. “Calendário era o nome do texto: “Enquanto o País limpa sujeiras antigas, cada mês do calendário, traz-nos um novo descalabro. Quando tudo acabar, a nova geração de brasileiros que está nascendo agora, reconhecerá nos homens que permanecerem íntegros, verdadeiros heróis. O lastimável é que serão poucos.” (...) Nada de premonições, vaticínios, pre-cognição ou qualquer tipo de adivinhação do tipo: “Ontem recebi um MSN avisando que (ainda não existia WhatsApp na época), Jesus Cristo vai voltar na segunda-feira!”

              Todos nós (incluindo eu e você) já sabíamos que para amadurecer, o Brasil precisaria enfrentar seus demônios interiores! Uma quantidade enorme deles! Tudo era  questão de tempo. Em “Como reciclar (de) mentes?” também naquele ano eu já havia redigido: (...) “O velho ditado; “nada é o que parece,” porém continua valendo. Acredite, expandiríamos consideravelmente nossa massa cinzenta, se prestássemos mais atenção aos mínimos detalhes do nosso cotidiano. (...)” E em “Nomes e Sobrenomes” também de 2008 coloquei da seguinte forma: (...) “Estamos mergulhados numa época enganosa em que os 15 minutos de fama têm o peso de uma vida inteira. Então em nossa sociedade de consumo e aparências, tudo é possível? Permissível? E aceitável? Como uma bola de neve, que não para de crescer, rolar e levar junto os incautos? Todos os engodos que seduzem-nos para o lado escuro? Desrespeitar leis, sonegar, falsificar, desviar, roubar. (...) Do meu artigo intitulado “Ovelhas encrencadas e muito sabão” eis que transcrevo: (...) “O processo democrático vale Ouro. Mas o que fica gravado para nós, eleitores, cuja vida volta à normalidade, é “a quantidade de ovelhinhas” que pareciam dóceis, simpáticas, bem intencionadas, “de boa família” e agora “estão encrencadinhas,” depois de terem suas vidas reviradas do avesso. Por outro lado, muita lama respingou em pessoas decentes.” (...) “O quanto um ser humano (do tipo malévolo), consegue “baixar o nível,” tentando atingir pessoas íntegras ou destruir seus adversários, na ascensão pelo poder.

             Do ano de 2009 no artigo cujo título era “Tempestade Passageira” busquei essas linhas: (...) “Por esse motivo posso atestar (e assinar embaixo a autenticidade), do quanto o ser humano torna-se frágil em situações delicadas, perigosas ou que exigem extrema responsabilidade. Pouquíssimos indivíduos entre os seus pares tem condições de liderarem os demais em momentos de crises. Costumo me referir seguidamente em tom de ironia em meus textos, aqueles espertalhões que se intitulam os “escolhidos da hora” (geralmente pelo próprio Deus, segundo suas alegações...), escalando-se para guiar as ovelhinhas em meio aos dias de tempestades... Nem vou repetir o que é óbvio e os malefícios que falsos líderes acarretam para toda uma comunidade, se não desmascarados em tempo hábil... e infelizmente na maioria das vezes não o são...”

            E pra finalizar, do ano de 2010 no texto cujo título era “Meu E-mail ao Noel” escrevi: (...) “É que às vezes um único ser humano (?) infeliz dissemina a infelicidade a dezenas de outros. Um único homem (ou mulher) malévolo com poder nas mãos, destrói centenas de outros. Eu sei que é preciso além da Fé para modificar as coisas, coragem e controle, transformando a raiva, a indignação, a fúria, em energias poderosas para combater justamente a maldade, que é origem de todos esses sentimentos infelizes. Só que às vezes a raiva meio que “embota” nosso cérebro. É nesses momentos “do nosso vacilo” que o mundo vira de cabeça pra baixo, quando esquecemos que “A felicidade não se resume na ausência de problemas, mas sim na sua capacidade de lidar com eles,” como já dizia o gênio Albert Einstein (1879-1955).  Então amiguinhos, acabou “O Carnaval” e o ano novo começou segunda-feira. Estamos enfrentando dias de turbulência que serão passageiros por que estamos no caminho certo, limpando sujeiras que são antigas, bem mais antigas do que se imaginava. E para amadurecer, o Brasil precisa mesmo enfrentar seus demônios interiores! Uma quantidade enorme deles!



Régis Mubarak