Foi no ano de 2007 que escrevi
sobre dias de turbulência. “Calendário era o nome do texto: “Enquanto o País limpa sujeiras antigas,
cada mês do calendário, traz-nos um novo descalabro. Quando tudo acabar, a nova
geração de brasileiros que está nascendo agora, reconhecerá nos homens que
permanecerem íntegros, verdadeiros heróis. O lastimável é que serão poucos.”
(...) Nada de premonições, vaticínios, pre-cognição ou qualquer tipo de
adivinhação do tipo: “Ontem recebi um MSN avisando que (ainda não existia WhatsApp
na época), Jesus Cristo vai voltar na segunda-feira!”
Todos nós (incluindo eu e você)
já sabíamos que para amadurecer, o Brasil precisaria enfrentar seus demônios
interiores! Uma quantidade enorme deles! Tudo era questão de tempo. Em “Como reciclar (de)
mentes?” também naquele ano eu já havia redigido: (...) “O velho ditado; “nada é o que parece,” porém continua valendo.
Acredite, expandiríamos consideravelmente nossa massa cinzenta, se prestássemos
mais atenção aos mínimos detalhes do nosso cotidiano. (...)” E em “Nomes e
Sobrenomes” também de 2008 coloquei da seguinte forma: (...) “Estamos mergulhados numa época enganosa em
que os 15 minutos de fama têm o peso de uma vida inteira. Então em nossa
sociedade de consumo e aparências, tudo é possível? Permissível? E aceitável?
Como uma bola de neve, que não para de crescer, rolar e levar junto os
incautos? Todos os engodos que seduzem-nos para o lado escuro? Desrespeitar
leis, sonegar, falsificar, desviar, roubar. (...) Do meu artigo intitulado
“Ovelhas encrencadas e muito sabão” eis que transcrevo: (...) “O processo democrático vale Ouro. Mas o que
fica gravado para nós, eleitores, cuja vida volta à normalidade, é “a
quantidade de ovelhinhas” que pareciam dóceis, simpáticas, bem intencionadas,
“de boa família” e agora “estão encrencadinhas,” depois de terem suas vidas
reviradas do avesso. Por outro lado, muita lama respingou em pessoas decentes.”
(...) “O quanto um ser humano (do tipo malévolo), consegue “baixar o nível,”
tentando atingir pessoas íntegras ou destruir seus adversários, na ascensão
pelo poder.
Do ano de 2009 no artigo cujo
título era “Tempestade Passageira” busquei essas linhas: (...) “Por esse motivo posso atestar (e assinar
embaixo a autenticidade), do quanto o ser humano torna-se frágil em situações
delicadas, perigosas ou que exigem extrema responsabilidade. Pouquíssimos
indivíduos entre os seus pares tem condições de liderarem os demais em momentos
de crises. Costumo me referir seguidamente em tom de ironia em meus textos,
aqueles espertalhões que se intitulam os “escolhidos da hora” (geralmente pelo
próprio Deus, segundo suas alegações...), escalando-se para guiar as ovelhinhas
em meio aos dias de tempestades... Nem vou repetir o que é óbvio e os
malefícios que falsos líderes acarretam para toda uma comunidade, se não
desmascarados em tempo hábil... e infelizmente na maioria das vezes não o
são...”
E pra finalizar, do ano de
2010 no texto cujo título era “Meu E-mail ao Noel” escrevi: (...) “É que às vezes um único ser humano (?)
infeliz dissemina a infelicidade a dezenas de outros. Um único homem (ou
mulher) malévolo com poder nas mãos, destrói centenas de outros. Eu sei que é
preciso além da Fé para modificar as coisas, coragem e controle, transformando
a raiva, a indignação, a fúria, em energias poderosas para combater justamente
a maldade, que é origem de todos esses sentimentos infelizes. Só que às vezes a
raiva meio que “embota” nosso cérebro. É nesses momentos “do nosso vacilo” que
o mundo vira de cabeça pra baixo, quando esquecemos que “A felicidade não se
resume na ausência de problemas, mas sim na sua capacidade de lidar com eles,”
como já dizia o gênio Albert Einstein (1879-1955). Então amiguinhos, acabou “O Carnaval” e o ano novo
começou segunda-feira. Estamos enfrentando dias de turbulência que serão
passageiros por que estamos no caminho certo, limpando sujeiras que são
antigas, bem mais antigas do que se imaginava. E para amadurecer, o Brasil
precisa mesmo enfrentar seus demônios interiores! Uma quantidade enorme deles!
Régis Mubarak