Mês passado tive a grata
satisfação de entrevistar o escritor e pesquisador são borjense Israel Lopes,
que lançou na última Feira do Livro de Porto Alegre (RS) em novembro de 2013
sua mais recente obra: “Pedro Raymundo e o Canto Monarca – Uma História da
Música Regionalista, Nativista e Missioneira.” Israel se enquadra não somente
na categoria de pessoas bacanas, mas definitivamente na das pessoas persistentes,
corajosas e que não compactuam com palavras do tipo: “desânimo” “desistência”
“abandono.” Advogado graduado pela UFSM, nascido no interior de Santo Antônio
das Missões (RS), desde criança era apaixonado pela cultura histórica, de raiz,
interessando-se são somente pela cultura rio-grandense musical, mas também pelo
universo caipira, etc e tal. Mencionado frequentemente em teses de várias
universidades brasileiras, foi no final dos anos 70 que daria início as suas
primeiras pesquisas e por volta de 1983 mergulharia definitivamente nesse e em
outros temas, sendo autor de obras mais que preciosas, como o livro
“Teixeirinha – O Gaúcho Coração do Rio Grande.” Entre muitas premiações, um
Ensaio no ano de 1998, intitulado “A importância dos RITMOS DE FRONTEIRA na
Integração Cultural do MERCOSUL,” prova que a integração cultural/musical entre
os países do MERCOSUL já existia muito antes de própria oficialização
mercantil.
Para escrever “Teixeirinha – O Gaúcho
Coração do Rio Grande” se dedica a uma extensiva pesquisa de norte a sul do
Brasil, juntando material que praticamente renderia outra obra. Teixeirinha
(1927-1985) artista de múltiplas faces, continua sendo o principal expoente da
música do Rio Grande do Sul. Citando palavras de seu filho, o também cantor Teixeirinha
Filho: “Meu pai não se preocupou com estilo. O estilo dele era ele mesmo.”
Dessa forma o mito se explica por si. E segundo o folclorista Paixão Cortes
(...) “...desconhecer Teixeirinha, dizer que ele não é importante é uma
heresia.”
Para escrever “Pedro Raymundo e o
Canto Monarca – Uma História da Música Regionalista, Nativista e Missioneira” Lopes
mergulha fundo em arquivos nos quatro cantos desse imenso continente, para
provar a importância do seu trabalho na introdução do cancioneiro gaúcho na Era
do Rádio, descobrindo passagens importantes do Catarinense Pedro Raymundo
(1906-1973), tanto na música regional gaúcha, como na regional brasileira. E
curiosidades como ser o ídolo do ex-presidente Getúlio Dornelles Vargas
(1882-1954) que colecionava seus discos. E que teria inspirado o Rei do Baião
Luiz Gonzaga (1912-1989), a se apresentar nos shows com indumentária
característica.
Israel também é coautor junto com o
escritor Ramão Aguilar do livro “Major Maximiano Bogo – Um dos baluartes do
Tradicionalista Gaúcho,” que retrata a vida de um dos pioneiros do movimento
tradicionalista organizado na região noroeste e nas Missões. (Maximiano Bogo
nasceu em 1923 e faleceu no ano de 2007.) E autor de outra obra, bastante
citada em trabalhos acadêmicos no Estado de São Paulo intitulado “Turma Caipira
Cornélio Pires – Os Pioneiros da Moda de Viola.” Cornélio Pires (1884-1958),
pra quem não sabe foi escritor, folclorista e espírita brasileiro,
importantíssimo etnógrafo da cultura e do dialeto caipira.
Eis aqui pequeno e simpático resumo
sobre essa pessoa tri bacana chamada Israel Lopes, pesquisador obstinado,
incansável no seu ofício. Se você quiser conhecê-lo melhor entre em contato
pelo e-mail: escritor.israellopes@bol.com.br Porque são pessoas como ele que justamente... tornam nossa jornada aqui na
terra bem mais iluminada!
Régis Mubarak