quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Vou falar sobre pessoas bacanas



              Mês passado tive a grata satisfação de entrevistar o escritor e pesquisador são borjense Israel Lopes, que lançou na última Feira do Livro de Porto Alegre (RS) em novembro de 2013 sua mais recente obra: “Pedro Raymundo e o Canto Monarca – Uma História da Música Regionalista, Nativista e Missioneira.” Israel se enquadra não somente na categoria de pessoas bacanas, mas definitivamente na das pessoas persistentes, corajosas e que não compactuam com palavras do tipo: “desânimo” “desistência” “abandono.” Advogado graduado pela UFSM, nascido no interior de Santo Antônio das Missões (RS), desde criança era apaixonado pela cultura histórica, de raiz, interessando-se são somente pela cultura rio-grandense musical, mas também pelo universo caipira, etc e tal. Mencionado frequentemente em teses de várias universidades brasileiras, foi no final dos anos 70 que daria início as suas primeiras pesquisas e por volta de 1983 mergulharia definitivamente nesse e em outros temas, sendo autor de obras mais que preciosas, como o livro “Teixeirinha – O Gaúcho Coração do Rio Grande.” Entre muitas premiações, um Ensaio no ano de 1998, intitulado “A importância dos RITMOS DE FRONTEIRA na Integração Cultural do MERCOSUL,” prova que a integração cultural/musical entre os países do MERCOSUL já existia muito antes de própria oficialização mercantil.

              Para escrever “Teixeirinha – O Gaúcho Coração do Rio Grande” se dedica a uma extensiva pesquisa de norte a sul do Brasil, juntando material que praticamente renderia outra obra. Teixeirinha (1927-1985) artista de múltiplas faces, continua sendo o principal expoente da música do Rio Grande do Sul. Citando palavras de seu filho, o também cantor Teixeirinha Filho: “Meu pai não se preocupou com estilo. O estilo dele era ele mesmo.” Dessa forma o mito se explica por si. E segundo o folclorista Paixão Cortes (...) “...desconhecer Teixeirinha, dizer que ele não é importante é uma heresia.”

            Para escrever “Pedro Raymundo e o Canto Monarca – Uma História da Música Regionalista, Nativista e Missioneira” Lopes mergulha fundo em arquivos nos quatro cantos desse imenso continente, para provar a importância do seu trabalho na introdução do cancioneiro gaúcho na Era do Rádio, descobrindo passagens importantes do Catarinense Pedro Raymundo (1906-1973), tanto na música regional gaúcha, como na regional brasileira. E curiosidades como ser o ídolo do ex-presidente Getúlio Dornelles Vargas (1882-1954) que colecionava seus discos. E que teria inspirado o Rei do Baião Luiz Gonzaga (1912-1989), a se apresentar nos shows com indumentária característica.

           Israel também é coautor junto com o escritor Ramão Aguilar do livro “Major Maximiano Bogo – Um dos baluartes do Tradicionalista Gaúcho,” que retrata a vida de um dos pioneiros do movimento tradicionalista organizado na região noroeste e nas Missões. (Maximiano Bogo nasceu em 1923 e faleceu no ano de 2007.) E autor de outra obra, bastante citada em trabalhos acadêmicos no Estado de São Paulo intitulado “Turma Caipira Cornélio Pires – Os Pioneiros da Moda de Viola.” Cornélio Pires (1884-1958), pra quem não sabe foi escritor, folclorista e espírita brasileiro, importantíssimo etnógrafo da cultura e do dialeto caipira.

              Eis aqui pequeno e simpático resumo sobre essa pessoa tri bacana chamada Israel Lopes, pesquisador obstinado, incansável no seu ofício. Se você quiser conhecê-lo melhor entre em contato pelo e-mail: escritor.israellopes@bol.com.br Porque são pessoas como ele que justamente... tornam nossa jornada aqui na terra bem mais iluminada!



Régis Mubarak