sexta-feira, 31 de janeiro de 2020
quinta-feira, 30 de janeiro de 2020
Ademar Gevaerd e o trabalho sensacional da Revista UFO. Por Régis Mubarak
Informativo
sobre o trabalho de Ademar José Gevaerd. Professor de Química, Jornalista,
Editor, Escritor e Palestrante. Criador do Centro Brasileiro de Pesquisas de
Discos Voadores, da Revista UFO e do IBEXO: Instituto Brasileiro de
Exopolítica.
Informativo criado por Régis Mubarak em Janeiro de 2020.
Informativo criado por Régis Mubarak em Janeiro de 2020.
quarta-feira, 29 de janeiro de 2020
terça-feira, 28 de janeiro de 2020
Régis El Carsi Mubarak 2020: Um novo mundo em expansão!
Régis El Carsi Mubarak. Jornalista e Escritora.
Mendoza Argentina &
Rio Grande do Sul Brasil.
Um novo mundo em expansão... Janeiro 2020!
Um novo mundo em expansão... Janeiro 2020!
segunda-feira, 27 de janeiro de 2020
domingo, 26 de janeiro de 2020
sábado, 25 de janeiro de 2020
Israel Lopes: Pesquisador e autor de verdadeiros tesouros. Por Régis Mubarak
Israel Lopes: Pesquisador e autor de verdadeiros tesouros.
Por Régis Mubarak *
Em
novembro de 2013 Israel Lopes participou da 59º Feira do Livro na Praça da
Alfândega na capital Porto Alegre, autografando uma obra histórica de valor
incomparável: “Pedro Raymundo e o Canto
Monarca – Uma História da Música Regionalista, Nativista e Missioneira.” Advogado graduado pela UFSM: Universidade
Federal de Santa Maria e nascido em Passo Novo, localidade no interior do
município de Santo Antônio das Missões, quando este ainda denominava-se “5º distrito” e pertencia a São Borja a
famosa “Terra dos Presidentes,” Israel
Lopes pesquisador brilhante e escritor por vocação, eterno apaixonado pela história
e cultura do Rio Grande do Sul, vem sendo mencionado graças a riqueza de seus
trabalhos em teses de alunos de várias universidades brasileiras, das quais
citaremos apenas algumas: UFSC, UFRGS, UPF,
UNISUL, FEEVALE, UNIPAMPA. Ainda criança ele deliciava-se com
histórias infantis de onças, raposas e jabutis escritas por José Bento Monteiro
Lobato (1882-1948), um dos mais influentes autores nacionais, célebre criador
do Sítio do Pica-Pau Amarelo, entre outras dezenas de livros direcionados tanto
a adultos quanto crianças. Estudante da Escola Rural Israel Lopes escrevia
redações com temáticas gauchescas. Leitor voraz desde jovem, também apreciador
dos programas de músicas caipiras nas rádios de São Paulo, tornou-se estudioso
do gênero. No final dos anos 70 daria início as suas primeiras pesquisas e por
volta de 1983 mergulharia definitivamente nesse e em outros temas, sendo autor
de obras mais que preciosas, eu diria que “verdadeiros
tesouros” como o Livro: “Teixeirinha
– O Gaúcho Coração do Rio Grande.”
RM - Gostaria
que tu nos falasse primeiramente sobre teu Ensaio: “A Importância dos RITMOS DE FRONTEIRAS na Integração Cultural do
MERCOSUL,” inclusive sendo um dos vencedores de Concurso Literário no ano
de 1998.
IL - Nesse ensaio, provei que a integração cultural/musical entre os países do MERCOSUL já
existia antes, muito antes da oficialização mercantil. Pois já existia de há
muito, espontaneamente, através dos RITMOS MUSICAIS DE FRONTEIRAS. Do Chamamé e
a Milonga entre Brasil (através do Rio Grande do Sul) com Argentina e Uruguai.
Do Tango, entre o Brasil, a Argentina e o Uruguai. Da Polca Paraguaia e a
Guarânia, entre o Brasil (através do Sul e Centro-Oeste) e o Paraguai.
RM - Na obra
“Teixeirinha – O Gaúcho Coração do Rio
Grande” fizeste uma extensa pesquisa, encontrando referências não somente
em jornais do Rio Grande do Sul, mas em Revistas, Jornais e Livros de São
Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Brasília, etc. Sentiste dificuldade na hora de
agrupar tudo num único livro, porque é incontestável que Teixeirinha
ultrapassou todas as fronteiras...
IL - É claro que tive
dificuldades. Pois o Teixeirinha é um artista de Múltiplas Faces, conforme eu disse em um Capítulo do meu livro, mas
de forma resumida. Com o material pesquisado,
poderia, tranquilamente, ter escrito um livro com quase 700 páginas, como fez a
jornalista Stella Caymmi, com aquele sobre seu avô, Dorival Caymmi. A história
do Teixeirinha é muito rica e empolgante. Mas um livro volumoso se torna
caríssimo.
=== Israel refere-se ao baiano
Dorival Caymmi (1914-2008), cantor, compositor, pintor, violonista e inclusive
ator: Você provavelmente já escutou no rádio a música “O que é que a baiana
tem?” imortalizada na voz da brasileira de origem portuguesa Carmen Miranda
(1909-1955). Em 2001 a neta de Caymmi, a
jornalista carioca Stella Caymmi lançou a biografia “O Mar e o Tempo,”
posteriormente em 2013 deu continuidade em “O Que é Que a Baiana tem? – Dorival
Caymmi na Era do Rádio.” ===
RM - Você
cita Miguel Aceves Mejia, Carlos Gardel, também os brasileiros Dorival Caymmi,
Luiz Gonzaga e Nélson Gonçalves como espécies de Porta Vozes de seus povos.
Teixeirinha continua sendo o principal expoente representativo do Rio Grande do
Sul no século 21?
IL - Teixeirinha continua
sendo o principal artista da música do Rio Grande do Sul. A sua música “Querência Amada,” por exemplo, tornou-se
um hino regional gaúcho. Em todos os eventos da tradição gaúcha, é cantada em
coro. Também, nos eventos oficiais. Nos programas de rádio, nos CTGs, nos piquetes,
nas associações de moradores, enfim, nas festanças do pago, até os jovens,
pegam um violão ou um acordeon, e cantam inspirados, essa canção, que mexe com
nossos brios de gaúchos. Também, o chamamé “Tordilho
Negro,” continua sendo uma das mais rodadas no rádio gaúcho e, também, uma
das mais executadas por nossos conjuntos em bailes de CTGs. Os chotes “Tropeiro Velho” e “Velho Casarão,” a toada “O
Colono” e o chamamé “Espero Ser Feliz,”
entre outras, se tornaram clássicos da música de raiz. Depois do nosso livro,
sobre a importância do Teixeirinha na música do Rio Grande do Sul e do Brasil,
também surgiram teses, como as de Francisco Cougo Junior e Nicole Reis, de história e antropologia, respectivamente. Ambas,
defendidas na UFRGS em 2010, onde citam o meu livro em várias passagens.
=== Miguel Aceves Mejia (1915-2006), ator,
compositor e cantor mexicano nascido em Ciudade Juarez, no Estado de Chihuahua,
era conhecido como “O Rei do Falsete.” Carlos Gardel, (1890-1935) o ícone
argentino que dispensa maiores comentários, idolatrado em várias partes do
mundo. Dorival Caymmi ***. Luiz Gonzaga
(Luiz Gonzaga do Nascimento: 1912-1989), uma das figuras mais populares da
música nacional e o gaúcho Nélson Gonçalves (Antônio Gonçalves Sobral: 1919-1998)
de Santana do Livramento (RS) 3º maior vendedor de discos da história do
Brasil. O 2º é Roberto Carlos e a 1º posição pertence a dupla Tonico &
Tinoco: “A dupla coração do Brasil” ===
RM - Teixeirinha
de fato já havia se tornado lenda muito antes de vir a falecer. Tanto teus
colaboradores, quanto teus entrevistados tinham algo especial para contar ou
recordar. (Teixeirinha nasceu em Rolante em
1927 e faleceu no ano 1985 em Porto
Alegre.)
IL - Todos diziam que o
Teixeirinha foi um menino que muito sofreu. Recordavam da música “Coração de Luto,” que emocionou o Brasil
inteiro. O Teixerinha, para eles, parecia uma pessoa da família. Cada um tinha
uma recordação do Teixeirinha, que era parte de sua própria vida.
=== Teixeirinha faz parte das músicas populares
que possam existir dentro de nós. Pelo menos pra quem é do interior, da
fronteira. No meu caso é um referenciado
forte, tanto em termos de músicas como de cinema. Assistir aos filmes dele era
uma coisa obrigatória lá em Uruguaiana. Acho que a cultura popular deve muito
ao Teixeirinha.” Bebeto Alves – Cantor de música popular brasileira e também
pai da atriz Mel Lisboa. ===
RM - Grande
parte das fotografias é de Arquivo Pessoal: foto do artista ainda funcionário
do DAER – Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens - do ano de 1949. Outra do 1º carro, uma Kombi
que o levaria a percorrer todo o nordeste em início de carreira. Como foi a
experiência de trocar correspondências com a família de Vitor Mateus Teixeira,
numa época que o e-mail recém engatinhava?
IL - As entrevistas que
realizei, tanto com os familiares - Teixeirinha
Filho diz que o mito Teixeirinha se explica por si: “Meu pai não se preocupou com
estilo. O estilo dele era ele mesmo” como
com outras pessoas, foram todas através de questionários, ainda na máquina
manual. Não existia e-mail. Foram, naquela forma que aprendemos em Metodologia
da Pesquisa, que era uma cadeira do curso de Direito na UFSM de Santa Maria.
Paixão Cortes (1927-2018) falando em “Tradição e Folclore Gaúcho” nos idos de
1981 já afirmava que (...) “...desconhecer
Teixeirinha, dizer que ele não é importante é uma heresia.” Teixerinha
levou a arte musical do Rio Grande do Sul para o mundo. “Minhas letras são tudo história:
tem pé, barriga e cabeça.” Palavras do próprio Teixeirinha – Reproduzidas no
Almanaque Tchê de 1987. Fez sucesso no Uruguai, Argentina e Paraguai.
Fez sucesso em Portugal, como atestaram as cantoras
Nora Ney (Iracema de Sousa Ferreira: 1922-2003, grande diva do rádio da década
de 50) e Maysa Matarazzo (Maysa
Figueira Monjardim: 1936-1977, compositora
cantora e atriz e ícone do cenário musical do século passado), em
entrevistas, quando lá fizeram temporadas na década de 1960. O Teixeirinha
chegou a se apresentar nos Estados Unidos, cantando chote e rancheira de gaita
e bombacha!
=== “Tem coisas engraçadas, que você nem
acredita. Um dos produtos que anunciei é para o fígado. Pois as pessoas chegam
às farmácias procurando “o remédio do Teixeirinha” e os balconistas vendem o
remédio certo. Gosto muito de anunciar remédios. E vou contar um segredo:
sempre quis ser médico, seria médico se não fosse cantor.” Palavras do artista
em entrevista ao Jornal Zero Hora de Porto Alegre (RS), reproduzidas no ano de 1986.
===
RM - É
inevitável perguntar sobre “Adeus Mariana,” considerada a primeira música
gauchesca de sucesso nacional. Acredito que as novas gerações desconheçam quem
foi Pedro Raymundo, um dos pioneiros da era do Rádio e sua importância
histórica indiscutível. Qual foi o ponto de partida da tua pesquisa para
escrever a obra “Pedro Raymundo e o Canto
Monarca – Uma História da Música Regionalista, Nativista e Missioneira?”
IL - Como venho pesquisando
sobre Pedro Raymundo desde 1983, cheguei à conclusão que deveria fazer essa
relação do pioneirismo dele com essa continuidade com os demais estilos da
música regional gaúcha, provando a importância do seu trabalho na introdução do
cancioneiro gaúcho na Era do Rádio. (Ele nasceu em 1906 em Imaruí
(SC) e faleceu em 1973 no Rio de Janeiro (RJ).
RM - Como
é característica dos teus trabalhos fizestes garimpo de formiguinha,
minuciosamente, percorrendo arquivos dos anos de 1930, 1940 e 1950, etc. e mais
uma vez atravessastes o país buscando subsídios em Estados como Amazonas, Pernambuco,
Minas Gerais. Enfim, mesmo estando longe de atingirmos a valorização que países
europeus dão as memórias de seus antepassados, conseguistes achar verdadeiros
tesouros nessa tua jornada?
IL - Todos esses trabalhos,
desse quilate, são feitos por nós, idealistas, preocupados com a preservação da
memória cultural/musical do nosso país. Realmente, descobri passagens
importantíssimas de Pedro Raymundo, tanto na música regional gaúcha, como na
música regional brasileira.
=== Em outubro de 1949, dois repórteres do
“Diário da Tarde” de Manaus (AM), foram até a fazenda do Itú, em Itaqui,
especular sobre sucessão presidencial. O “Queremismo” (Queremos Getúlio) pedia
a volta de Gegê * ao Catete. Há, no entanto, um erro no local em que se situa a
fazenda. É no município de Itaqui, que faz divisa com São Borja, e não em São
Borja. A reportagem foi publicada com um título bem próprio para a época:
“Desabafo Sensacional de Getúlio: Pra que voltar?”, no Jornal Diário da Tarde
em 11 de novembro de 1949: FAZENDA DO ITÚ: São Borja – “Depois de jantar, o Sr.
Getúlio Vargas, deixando a casa do capataz, encaminhou-se para a sala de sua
residência. Quando ali chegamos, fomos encontrá-lo a escolher uns discos e daí
a pouco estava dando corda à vitrola. Pensamos que se tratasse de música
clássica, da qual o General Goes, por exemplo, é um devoto fanático. Estivemos
assim com a ideia voltada para a melodia de Chopin e coisas do mesmo gênero,
quando Getúlio nos perguntou com uma simplicidade que nos desconcertou: -
‘Conhece o Pedro Raymundo?’.” Do Capítulo 4: “A Música Gaúcha conquista o
Brasil.” In Pedro Raymundo e o Canto Monarca, Página 77 – Israel Lopes. ===
RM - A
história do Catarinense Pedro Raymundo é incrível. Aos 4 anos de idade ele já
dava amostras do seu talento com uma gaitinha de boca. Seu pai, sanfoneiro
tocava em festas e baile e foi seu grande incentivador. Mas do lado materno
também havia músicos. Tu acreditas que apesar das enormes adversidades, (sofreu
vários acidentes de trabalho e exerceu inúmeras atividades em jazidas de
carvão, construção de estradas, comércio logista), Pedro Raymundo jamais
deixaria de enveredar para o mundo da música?
IL - Pedro Raymundo era um
idealista. Apesar dos percalços, acidentes, etc., jamais se separou de sua
acordeona. Jamais abdicou de seguir sua carreira artística. Até mesmo, quando
veio para Porto Alegre em 1929 e passou por um período desempregado, encontrou
na acordeona, o seu sustento nos cafés do Mercado Público, quando “corria o
pires”. Em Porto Alegre (RS) o primeiro emprego de Pedro Raymundo foi de
condutor de Bondes da Cia. Carris Porto Alegrense. Empresa aliás que também
teve em seus quadros, (entre outros) o célebre compositor gaúcho Lupicínio
Rodrigues (1914-1974) como aprendiz de mecânico.
RM - Gostaria
que você falasse também dentro da relação do Livro: “Pedro Raymundo e o Canto Monarca – Uma História da Música
Regionalista, Nativista e Missioneira” de nomes como por exemplo Noel
Guarany, Pedro Ortaça, Cenair Maicá (Música Missioneira), Berenice Azambuja,
Mano Lima, Gaúcho da Fronteira (Música Regionalista) e Luiz Carlos Borges,
Érlon Péricles, João de Almeida Neto (Música Nativista) ou de outros artistas
que você julgar que mereçam ser citados nesse ínterim.
IL - Noel Guarany, Pedro Ortaça e Cenair Maicá,
através da pesquisa, “numa mescla que deu
certo”, como dizia o próprio Cenair, com base no que receberam, no rádio,
principalmente da canção guaranítica, criaram um estilo de alta qualidade musical, com seguidores entre os quais Jorge Guedes,
Valdomiro Maicá... Na música regionalista, seguidores como Mano Lima,
Gaúcho da Fronteira, Berenice Azambuja, Marinês Siqueira, Walther Morais,
Baitaca e tantos outros, que vêm ajudando a manter esse estilo Monarca de Pedro
Raymundo, Teixeirinha, Irmãos Bertussi, Gildo de Freitas, Ademar Silva, José
Mendes... Na música nativista, Os Angüeras, Telmo de Lima Freitas, Luiz Carlos
Borges, Érlon Péricles, João de Almeida Neto, Miguel Marques, Mário Barbará,
Miguel Bicca, Cesar Lindmeyer, Nenito Sarturi, Joca Martins, Jean Kirchoff e
tantos outros, são exemplos de artistas que mantém em alta a música nativista.
Mas, embora existam esses estilos, tudo é música regional gaúcha, conforme digo
no meu livro. Todos contribuem com essa identidade regional gaúcha.
RM - Talvez
as pessoas não saibam que Pedro Raymundo apresentava na década de 40 músicas do
Rio Grande do Sul na Rádio Nacional do Rio de Janeiro. E segundo consta na tua
obra, teria inspirado inclusive O Rei do Baião Luiz Gonzaga. Fale-nos mais
sobre isso e sobre outras curiosidades que você encontrou.
IL - Foi, através de Pedro
Raymundo, que o Brasil tomou conhecimento do cancioneiro gaúcho. Além de cantar
as músicas gauchescas na Rádio Nacional, ele apresentava antes de cada número
um comentário, de acordo com o tema invocado, sobre a tradição gaúcha, demonstrando ser um pesquisador, comprometido com
o que se propunha a divulgar no Brasil inteiro, haja vista da audiência e
alcance daquela emissora na Era do Rádio.
E, o Rei do Baião, nessa época, justamente se inspirou no Pedro
Raymundo, vendo cantar no auditório da Rádio Nacional, pilchado de gaúcho até
os dentes. Gonzaga, na entrevista ao Pasquim, disse que estava cansado da
gravata, resolveu adotar o “traje de
cangaceiro” para defender a cultura musical do Nordeste, assim como Pedro
Raymundo, estava mostrando a cultura do extremo Sul do país.
=== Em agosto de 2009 o Jornalista Daniel Soares
escreveu no Correio do Povo de Porto Alegre (RS) na reportagem intitulada
‘Gigante da Sutileza’ o que segue: (...) “O Gaúcho Yamandú, que não dispensa o
lenço no pescoço, dedilha com propriedade os temas nordestinos propostos por
Dominguinhos, como em ‘Asa Branca’ de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, e
‘Tesouro do Meio’, também do mestre Lua. Em contrapartida, Dominguinhos, sempre
com sorriso no rosto, lança uma nova luz sobre ‘Escadaria’, de Pedro Raymundo;
a folclórica ‘Prenda Minha’; ‘Negrinho do Pastoreio’, de Barbosa Lessa.”
Tributos “In Memoriam” de Pedro Raymundo, no livro Pedro Raymundo e o Canto
Monarca – Página 215 – Israel Lopes. ===
=== Yamandú Costa é violonista e compositor
gaúcho nascido em Passo Fundo no ano 1980, considerado um dos maiores violonistas
do Brasil. Dominguinhos (1941-2013)
nascido José Domingos de Morais em Garanhuns (PE) foi grande instrumentista, cantor e compositor
brasileiro, tendo como mestres Luiz Gonzaga (1912-1989) e Orlando Silva
(1915-1978), importante cantor da primeira metade do século XX. ===
RM - Tu
também és coautor da obra “Major Maximiano Bogo – Um dos baluartes do
Tradicionalismo Gaúcho” junto com Ramão Aguilar. Fique a vontade para dissertar
sobre esse livro lançado no ano de 1999.
IL - O Major Maximiano Bogo
foi um dos pioneiros do movimento tradicionalista organizado, na Região
Noroeste, que pega as Missões. Ele divulgou o tradicionalismo em Santo Ângelo,
Ijuí e outras cidades. Na Capital das Missões, foi um
dos fundadores do CTG Os Legalistas, apresentou programa de rádio, onde
surgiram os Irmãos Maicá (Cenair e Adelque). Também, apresentou o gaiteiro Tio
Bilia (o santo angelense Antônio Soares de Oliveira: 1906-199, um dos maiores
gaiteiros que o Rio Grande do Sul já teve) para os
Irmãos Bertussi, (Os Bertussi são verdadeiras lendas do Rio Grande do Sul) que
o levaram para gravar um LP. Também, o apresentou para o Luiz Menezes (compositor,
folclorista e cantor: 1922-2005, nascido em Quaraí (RS) no Grande Rodeio Coringa na Rádio Farroupilha, que também
era um radialista de renome. Bogo,
inclusive, participou do filme Ana Terra e alguns filmes do Teixeirinha. Foi
patrão do Centro Nativista Boitatá em São Borja. Foi um personagem que prestou
um grande serviço à cultura gaúcha, por isso, juntamente com o escritor Ramão
Aguilar, resgatamos sua história.
=== Maximiano Bogo nasceu no ano de 1923 na
localidade de Lajeado Morangueira, interior de Santa Rosa (RS) e faleceu em São
Borja (RS) no ano de 2007. Filho de agricultores iniciou sua carreira militar
no 1º Regimento de Artilharia de Divisão de Cavalaria de Santo Ângelo no ano de
1940 como voluntário. Em 1947 foi transferido para a Unidade do Contingente do
Hospital Militar de Campo Grande (MS), em 1948 passa a Escola de
Motomecanização do Rio de Janeiro (RJ) e no ano de 1949 retorna a região, como
2º sargento do 1º Regimento de Cavalaria Mecanizada em Santo Ângelo (RS), sua
trajetória é riquíssima e foi um personagem que prestou incomensurável serviço
a cultura gaúcha. ===
RM - E
também sobre outro livro que segundo consta é bastante citado em trabalhos acadêmicos
no Estado de São Paulo, intitulado “Turma Caipira Cornélio Pires.” O que pode
nos detalhar sobre essa obra. (Cornélio
Pires nascido em Tietê (SP) em 1884 e falecido em São Paulo (SP) no ano de 1958
foi um jornalista, escritor, folclorista e espírita brasileiro e
importantíssimo etnógrafo da cultura e do dialeto caipira.)
IL - Conforme falei, eu me
tornei um pesquisador da música regional paulista. A “Turma Caipira Cornélio
Pires”, organizada pelo escritor e folclorista Cornélio Pires, de Tietê,
SP, teve o mérito de ser a pioneira na gravação da moda de viola autêntica, no
Brasil, em outubro de 1929, na Colúmbia. Eu tive o privilégio de, na década de
1980, ter entrevistado os remanescentes da turma caipira: Mandi e Sorocabinha.
(Este, faleceu com 100 anos em 1995.) Esses artistas em 1979 foram agraciados
em São Paulo com o Troféu do Cinquentenário da Música Caipira. Esse livro “Turma Caipira Cornélio Pires - Os Pioneiros
da Moda de Viola em 1929”, eu lancei em agosto de 1999 em Tietê, SP, por
ocasião dos 70 anos da música cabocla. Tem sido bastante citado em trabalhos
acadêmicos de estudantes de São Paulo, principalmente de jornalismo, que
escolhem a música caipira para suas teses.
No
decorrer de 2020 Israel Lopes lançará versão revisada e ampliada do livro “Teixeirinha – O Gaúcho Coração do Rio
Grande.” A primeira obra contava com 215 páginas, a nova versão contará com
352 e novas revelações incríveis. Acontece que com o passar do tempo, as
pessoas lendo o livro, entravam em contato com Israel, porque buenas...
buenas... tinham parentes ou amigos que lembravam digamos assim, “de algum causo” sobre Teixeirinha pra
contar. Então Israel decidiu em 2016 iniciar nova jornada partindo das cidades
de Lajeado, Passo Fundo, Soledade, Carazinho, Erechim e Getúlio Vargas no Rio
Grande do Sul – onde posso assinar embaixo, colheu novas histórias saborosas -
indo até as capitais Rio de Janeiro e São Paulo e se certificou em outras
fontes de pesquisas para só então incluir tais informações nessa nova versão.
Ele também está finalizando outras duas obras simultaneamente: “Cornélio Pires e a Música Caipira” e “A Trova de a Porfia no Rádio Gaúcho” Para
que nossos leitores e internautas sintam-se convidados a interagir com Israel
Lopes, sempre incansável no seu ofício, adquirir suas obras, enviar
comentários, sugestões, trocar ideias e principalmente dar um “forte quebra costela virtual” nesse
pesquisador que orgulha não somente a região missioneira, seu berço de origem,
mas todo o Estado do Rio Grande do Sul e com certeza boa parte desse imenso
continente chamado Brasil, basta entrar em contato através do email: adv.israellopes@gmail.com E também vocês poderão encontrá-lo atuante nas redes
sociais. Vamos encerrar essa entrevista com um gigantesco “bahhhh tchê” e quanta história pra contar que vamos ter que
guardar para uma próxima entrevista! Israel Lopes, pesquisador e autor de
verdadeiros tesouros é também “ao vivo e
a cores” (risos) um daqueles
legítimos “contadores de casos e causos”
que fazem a gente não sentir vontade de “encilhar
o brasino pangaré e pegar o caminho de volta pra casa.” E eis aqui a mais
pura das verdades meus amigos!
Régis
Mubarak *
Jornalista
Mendoza –
Argentina & Rio Grande do Sul – Brasil.
Janeiro
2020
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